Trump dá ultimato a Putin: paz em 50 dias ou tarifas de 100% contra a Rússia
Ex-presidente ameaça novos bloqueios econômicos e acirra tensão com aliados do BRICS, incluindo Brasil

Estados Unidos ampliam ofensiva diplomática e econômica
WASHINGTON – O ex-presidente Donald Trump voltou ao centro da geopolítica global nesta segunda-feira (14), ao anunciar um ultimato direto ao presidente russo Vladimir Putin. Ou a Rússia aceita um acordo de paz na guerra contra a Ucrânia em até 50 dias, ou enfrentará tarifas de 100% sobre suas exportações aos Estados Unidos.
O anúncio ocorreu durante reunião com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, na Casa Branca. Além disso, Trump confirmou o envio emergencial de sistemas antimísseis Patriot para a Ucrânia, por meio de articulação com aliados da OTAN. Os primeiros equipamentos devem chegar nos próximos dias.
Congresso pressiona com projeto mais duro
Enquanto isso, o Senado norte-americano se articula para endurecer ainda mais as medidas. Um projeto bipartidário, liderado pelo senador republicano Lindsey Graham, prevê tarifas de até 500% contra a Rússia — e também contra países que mantenham comércio energético com Moscou, como China, Índia e Brasil.
“O martelo está sobre a mesa. É isso que pode parar a guerra”, declarou Graham ao apresentar a proposta. Dessa forma, os Estados Unidos tentam ampliar o cerco econômico à Rússia.
Medidas se estendem a outros países
No entanto, a retórica não se limita à Rússia. Trump vem ampliando sua ofensiva protecionista global. Na semana passada, por exemplo, decretou tarifas de 30% sobre importações do México e da União Europeia. Além disso, anunciou sobretaxas de até 10% para países alinhados com as políticas do bloco BRICS.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, criticou o prazo de 50 dias dado à Rússia. Segundo ela, “é longo demais diante do número diário de civis mortos”. Mesmo assim, Bruxelas já iniciou movimentações para uma possível negociação com Washington.
Efeitos já se sentem no mercado global
A escalada de tensão provocou reações imediatas nos mercados. O preço do barril de petróleo Brent voltou à faixa dos US$ 70, impulsionado por temores de sanções contra exportações russas. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones apresentou leve queda, refletindo a instabilidade no cenário econômico.
Por outro lado, analistas destacam que ainda não há pânico generalizado nos mercados. No curto prazo, a volatilidade deve permanecer.
Brasil pode entrar na mira
Enquanto o mundo reage, o Brasil está no radar das potenciais retaliações. Com a possível aplicação de sanções a países parceiros da Rússia, produtos brasileiros — especialmente do setor energético — podem ser atingidos por tarifas de até 50%, caso o país seja considerado alinhado a Moscou.
Por fim, há preocupação com o impacto sobre as exportações brasileiras, caso o Congresso americano aprove medidas mais rígidas.
Estratégia mista: armas, tarifas e lei
Trump adota uma estratégia híbrida. Além de reforçar o apoio à Ucrânia, exige que os países da OTAN aumentem seus investimentos financeiros na guerra. Internamente, aciona o Congresso para aprovar leis mais duras, intensificando a pressão global contra o Kremlin.
Assim, o ex-presidente norte-americano mistura diplomacia, provocação e protecionismo para redesenhar o xadrez geopolítico mundial.