Reforma Tributária: A Polêmica que Pode Mudar o Preço do Seu Prato
A reforma tributária chegou às prateleiras, e o debate esquentou: governo e indústria alimentícia estão em um embate sobre quais alimentos devem ou não ser isentos de impostos. A proposta de incluir apenas alimentos “saudáveis” na lista de isenção, como frutas, verduras e ovos, deixou a indústria revoltada — especialmente pela exclusão dos ultraprocessados. Para muitos, a medida encarece o que está ao alcance das famílias brasileiras e limita o acesso a opções mais baratas.
“Saudável” vs. “Ultraprocessado”: O Embate dos Alimentos
O governo quer que só alimentos considerados saudáveis fiquem fora da mira dos impostos, enquanto ultraprocessados, como embutidos, biscoitos e congelados, continuariam com carga tributária. A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) rebateu essa divisão, afirmando que taxar alimentos industrializados pune o bolso do consumidor. “Estão querendo que o brasileiro pague mais caro pela comida do dia a dia?”, criticou João Batista Ferreira Dornellas, presidente da ABIA. Para ele, o impacto no preço dos ultraprocessados vai pesar para quem precisa de alternativas acessíveis e convenientes.
Cashback: Solução ou Burocracia Disfarçada?
Na tentativa de amenizar a falta de isenção para alimentos processados, o governo propôs um sistema de cashback — uma devolução parcial dos impostos pagos para famílias de baixa renda. A ideia é que a devolução ajude a balancear o impacto tributário, mas críticos alertam que a medida pode sair cara e complicada de implementar. Rodrigo Octávio Orair, do Ministério da Fazenda, defende o modelo e afirma que ele é justo, simples e eficiente. No entanto, ex-secretários da Fazenda questionam a real praticidade da ideia e o impacto no orçamento público.
Saúde e Educação Também Pedem Alívio Fiscal
O setor de saúde, assim como a educação, também pede menos carga tributária. Entidades de saúde argumentam que serviços como o home care, atendimento domiciliar para pacientes, deveriam ter alíquota reduzida, enquanto o setor educacional pede que aluguéis e serviços usados por escolas e universidades recebam isenção. Para eles, manter impostos altos nesses setores básicos afetaria diretamente o acesso a serviços essenciais.
E o Consumidor? Quem Realmente Vai Sentir o Peso?
Na prática, a reforma pode impactar muito mais do que se imagina. Quem ganha até R$ 2.000, por exemplo, pode acabar pagando mais caro por itens que antes faziam parte da cesta básica, como carnes e embutidos. Com a exclusão desses alimentos, o peso da tributação pode afetar o prato de milhões de brasileiros.
O Preço no Seu Prato: Reforma Tributária para Quem?
O embate revela um dilema complexo entre o que é viável financeiramente e o que é socialmente justo. A reforma tributária promete justiça fiscal, mas entre o aumento de preços e a burocracia do cashback, o verdadeiro impacto será sentido nas compras de cada brasileiro. Afinal, quem realmente vai pagar a conta dessa reforma?