Putin afirma que não virá ao G20 no Brasil para evitar “prejuízos” à cúpula
Líder russo justifica sua ausência no encontro em meio a questões diplomáticas e tensões internacionais
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que não participará pessoalmente da cúpula do G20 no Brasil, em novembro de 2024, alegando que sua presença poderia causar “prejuízos” ao evento. Essa decisão foi comunicada em meio a um cenário de pressão internacional e as sanções impostas à Rússia devido à guerra na Ucrânia.
Putin tem evitado viagens internacionais, principalmente para países que fazem parte do Tribunal Penal Internacional (TPI), o qual emitiu um mandado de prisão contra ele em março de 2023. O Brasil, como signatário do Estatuto de Roma, poderia estar legalmente obrigado a cumprir esse mandado, o que colocaria o governo brasileiro em uma situação delicada.
No entanto, a justificativa oficial de Putin foca no desejo de não criar distrações ou conflitos diplomáticos que possam prejudicar a agenda do G20. Ele mencionou que, em vez de desviar a atenção para questões secundárias, é mais importante garantir que as discussões da cúpula se concentrem nas crises globais, como economia e mudanças climáticas.
Analistas sugerem que essa decisão reflete a estratégia de Putin de evitar cenários onde sua prisão poderia ser discutida ou pressionada por líderes ocidentais. Embora o Brasil tenha dado sinais de que buscaria uma solução diplomática para a situação, a presença do presidente russo ainda traria grande atenção midiática e pressões internacionais sobre o governo brasileiro, especialmente de potências ocidentais que apoiam o mandado do TPI.
Assim, a ausência de Putin no G20 pode ser vista como uma tentativa de manter a normalidade e focar nos interesses globais, evitando o que poderia ser uma crise diplomática de grandes proporções. Em seu lugar, o ministro das Relações Exteriores da Rússia ou outro representante de alto nível deverá comparecer à cúpula, assegurando a participação do país nas discussões.