Mudança no atendimento dos Cmeis em Aparecida expõe falta de planejamento da gestão municipal
Decisão da Prefeitura de limitar o horário para crianças de 4 e 5 anos prejudica famílias trabalhadoras e gera indignação.
A gestão da Prefeitura de Aparecida de Goiânia enfrenta duras críticas após anunciar que, a partir de 2025, os Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) atenderão crianças de 4 e 5 anos apenas em período parcial. A medida, que deveria representar um avanço ao zerar a fila de espera na rede, acabou gerando revolta entre as mães que dependem do atendimento integral para equilibrar trabalho e cuidado com os filhos.
Patrícia, mãe de dois filhos, enfrenta o que ela descreve como uma situação desesperadora. “Contava com o Cmei para levar meu filho mais velho ao médico. Agora, com essa mudança, não sei como vou fazer. Não tenho rede de apoio. Meu pai sofreu um AVC, e minha mãe já faleceu. Fico sem saída,” desabafou. Assim como Patrícia, outras mães questionam a decisão que parece desconectada da realidade de famílias trabalhadoras.
Marina Dias, que trabalha das 7h às 16h30, relata que o novo formato inviabiliza sua rotina. “Nenhum dos períodos atende minha necessidade. Não tenho como pagar uma babá. Sou eu que sustento minha casa e não posso sair do emprego.”
O anúncio, feito apenas no encerramento do ano letivo, foi recebido como um “golpe” por muitas famílias. A Prefeitura alega que a restrição permitirá incluir mais crianças no sistema municipal, mas não oferece alternativas concretas para o período em que as crianças ficarão fora do Cmei.
A realidade é que a medida expõe uma gestão incapaz de atender plenamente as demandas da população, priorizando números e estatísticas em detrimento das necessidades básicas das famílias. Além disso, o curto prazo para adaptação e a falta de diálogo reforçam a impressão de um governo distante da realidade.
Dileuza Lima, outra mãe impactada, afirma que a mudança foi comunicada de forma repentina. “Avisaram no último dia de aula. Tenho que trabalhar, mas não sei com quem deixar minha filha. Não vejo alternativa.”
A justificativa da Secretaria Municipal de Educação, centrada na ampliação de vagas para crianças de 4 e 5 anos, não convence as famílias. Para elas, o custo de uma babá ou outro tipo de suporte é inviável, gerando ainda mais desigualdade e sobrecarga.
A gestão falha em ouvir a população
A administração municipal, liderada pelo prefeito atual, demonstra falta de planejamento e diálogo com a comunidade, ignorando a realidade de famílias que dependem do atendimento integral. Enquanto as mães buscam soluções, a Prefeitura se limita a repetir justificativas técnicas que não atendem às necessidades reais.
Sem alternativas claras, muitas mães precisarão reduzir suas jornadas de trabalho ou até abandonar empregos, gerando um impacto econômico que vai além das salas de aula.