• Nacional

    Petrobras aguarda decisão do Ibama para explorar petróleo no litoral do Amapá

    Impasse ambiental pode impactar economia nacional e gerar prejuízo de R$ 1 bilhão à estatal

    Petrobras enfrenta impasse para explorar petróleo no litoral do Amapá

    A Petrobras aguarda, desde novembro, a resposta do Ibama sobre o pedido de licenciamento ambiental para explorar petróleo no bloco FZA-M-59, localizado na Bacia da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá. A estatal busca autorização desde que assumiu a concessão da área, originalmente adquirida pela multinacional britânica BP em 2013.

    A situação ganhou novos capítulos em 2023, quando o Ibama negou o pedido inicial com base em três fatores principais: necessidade de estudos ambientais estratégicos, riscos para comunidades indígenas no Oiapoque devido ao sobrevoo de aeronaves, e questões relacionadas ao tempo de resposta em caso de vazamentos de óleo.

    Contestações e ajustes
    Após a rejeição do licenciamento em maio de 2023, a Petrobras reforçou os argumentos de defesa e realizou ajustes operacionais. A estatal construiu uma base no Amapá para reduzir o tempo de resposta a incidentes, como explicou Daniele Lomba, gerente da companhia. “Colocamos mais uma unidade no Oiapoque, reduzindo bastante o tempo de deslocamento”, afirmou.

    No entanto, o Ibama informou que uma decisão só será tomada após a conclusão das análises em curso. A expectativa da Petrobras é de que o parecer seja divulgado no primeiro trimestre de 2025.

    Prejuízos financeiros e estratégicos
    A demora no licenciamento ambiental já gera impactos financeiros e estratégicos para o Brasil e para a Petrobras. Segundo Daniele Lomba, o prejuízo acumulado pela estatal está estimado em R$ 1 bilhão, considerando contratos firmados e investimentos realizados.

    Além disso, a gerente alertou para as implicações econômicas do atraso: “Sem a descoberta de novos poços, o país corre o risco de se tornar dependente da importação de petróleo.” Ela também destacou a importância de equilibrar a preservação ambiental com o desenvolvimento energético, conforme previsto na Constituição.

    Perspectivas e desafios
    O bloco FZA-M-59 é apontado como estratégico para o mapeamento do potencial energético do Brasil. Contudo, a Petrobras enfrenta o desafio de alinhar suas operações às exigências ambientais, enquanto busca uma solução que atenda tanto aos interesses econômicos quanto à preservação do meio ambiente.

    Com o impasse ainda sem prazo para ser resolvido, a exploração do litoral do Amapá segue como um ponto crítico no debate entre desenvolvimento sustentável e autonomia energética nacional.

    Últimas Notícias