Motos são liberadas nos corredores de ônibus em Goiânia, mas medida divide opiniões

A partir do próximo dia 6 de janeiro, motocicletas poderão circular nas faixas exclusivas e preferenciais de ônibus em Goiânia. A medida, anunciada por meio de portaria assinada pelo secretário municipal de engenharia de trânsito, Francisco Tarcísio de Abreu, permitirá a circulação de motos em vias movimentadas como a Avenida 85, T-63 e Avenida Universitária. No entanto, ficam de fora corredores como o Eixo Anhanguera e o BRT Norte/Sul.
Segundo a prefeitura, a medida busca “otimizar o uso do espaço urbano” e melhorar o fluxo de trânsito para motociclistas, que são um dos principais meios de transporte na capital. Contudo, a decisão já levanta críticas por parte de especialistas e usuários das vias.
Críticas de Especialistas
Para o especialista em trânsito e mobilidade urbana, Luiz Fernando Araújo, a liberação de motocicletas nas faixas de ônibus pode trazer riscos significativos para a segurança viária. “As faixas exclusivas foram criadas para garantir a fluidez do transporte público. Inserir motocicletas nesses espaços pode gerar conflitos de circulação, aumentar o risco de acidentes e comprometer o objetivo inicial dessas faixas”, alerta.
Luiz Fernando também pontua que a medida pode ser mal interpretada pelos motociclistas. “O compartilhamento das faixas pode levar a uma falsa sensação de privilégio e desorganizar ainda mais o trânsito urbano. Sem uma fiscalização rigorosa e educação de trânsito, há risco de que isso prejudique também a segurança dos pedestres”, ressalta.
Impacto no Transporte Público
Representantes do transporte público também manifestaram preocupações. Segundo um funcionário de uma das concessionárias, que preferiu não se identificar, “a presença de motocicletas pode atrasar ainda mais os ônibus nos horários de pico e dificultar manobras nas vias mais estreitas.”
Defesa da Prefeitura
A gestão municipal afirma que a medida será acompanhada de forma contínua, com avaliações para identificar possíveis impactos. “Nossa intenção é melhorar a convivência entre os diferentes modais e oferecer alternativas para um trânsito mais fluido”, declarou a Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito em nota.
Ainda assim, especialistas defendem que a prioridade deve ser fortalecer o transporte público, e não criar concessões que possam gerar riscos de segurança ou impactos negativos na mobilidade urbana.
A decisão entrará em vigor já nos próximos dias e promete gerar debates tanto entre os motoristas quanto entre os usuários do transporte coletivo.