Caiado critica “desproporção” em penas do 8 de janeiro e compara com crimes de homicídio
Governador de Goiás afirma que punições são desproporcionais e cobra coerência do sistema judicial; declaração foi dada em entrevista à revista IstoÉ

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou nesta segunda-feira (8) o que considera ser uma desproporcionalidade nas penas aplicadas a réus condenados pelos atos do dia 8 de janeiro de 2023. As declarações foram dadas em vídeo publicado nas redes sociais, extraído de uma entrevista concedida à revista IstoÉ.
Segundo Caiado, as punições, que chegam a 17 anos de prisão, ultrapassam o limite do razoável. Ele argumentou que o Estado deve julgar com equilíbrio, e não agir com sentimento de vingança.
“O que se contesta é a desproporção das penas, que deveriam ter sido aplicadas também no passado, quando aqueles que hoje clamam por punição praticaram atos de vandalismo semelhantes”, disse.
O governador ainda mencionou eventos históricos de ocupações e protestos, como o chamado “Abril Vermelho”, e questionou a conivência de setores do poder público diante de ações que também destruíram bens públicos, como a Câmara dos Deputados e o Ministério da Fazenda.
Caiado também comparou os casos julgados com a pena média para homicídio simples no Brasil, que gira em torno de 9 anos de reclusão, ao afirmar que “não faz sentido” que atos como os de 8 de janeiro tenham gerado penas ainda mais altas.
“A pena de 17 ou 15 anos é desproporcional e desarrazoada”, declarou o governador.
A declaração ocorre no momento em que setores da oposição e apoiadores dos réus do 8 de janeiro pedem anistia ou revisão das sentenças aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal. Caiado tem defendido o equilíbrio institucional, mas acenado a setores mais conservadores ao criticar decisões que, segundo ele, ultrapassam o limite da razoabilidade.