Jornalista americano é preso por espionagem na Rússia: tensão diplomática se intensifica
Nesta quinta-feira (30), a Rússia anunciou a detenção do jornalista americano Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, por “espionagem”, um caso inédito na história recente do país. Gershkovich, que é de origem russa e tem pais nos Estados Unidos, foi detido em Ekaterimburgo por coletar informações sobre uma empresa do complexo militar-industrial russo. O jornal americano negou as acusações e pediu a sua “libertação imediata”.
O crime de espionagem pode ser punido com pena de 10 a 20 anos de prisão, segundo o código penal russo. A detenção de Gershkovich acontece em um momento de tensão entre a Rússia e os Estados Unidos, que têm trocado acusações de espionagem e interferência em suas respectivas eleições.
Horas depois da detenção, a diplomacia russa afirmou que é “prematuro” cogitar uma eventual troca de prisioneiros com os Estados Unidos que pudesse beneficiar Gershkovich. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, declarou que “vamos ver como essa história evolui”.
A detenção de Gershkovich acontece em um contexto de endurecimento das leis russas contra a espionagem desde o ataque à Ucrânia. Segundo a analista russa Tatiana Stanovaya, a nova legislação russa permite colocar na prisão por 20 anos qualquer pessoa interessada em assuntos militares ou no estado do exército.
O caso de Gershkovich é mais um episódio na crescente tensão entre Rússia e Estados Unidos, que têm uma relação cada vez mais conturbada. Resta saber como essa história irá evoluir e se o jornalista americano será libertado.