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    Atraso na coleta: Goiânia à beira de uma nova crise de lixo?

    Especialista em Saneamento alerta para problemas ambientais e de saúde pública decorrentes do acúmulo de resíduos nas ruas da cidade

    Os moradores de Goiânia têm se deparado com desafios em relação ao serviço de coleta de lixo, que vem enfrentando atrasos na cidade. Gisele Schmidt, residente do Setor Negrão de Lima e Edil Araújo residente do Conjunto Riviera, relatam que o serviço não ocorre há dois dias, o que tem gerado acúmulo de resíduos nas vias e causado diversos problemas para a população.

    Itamar Júnior, Engenheiro Ambiental e especialista em Saneamento e Saúde Ambiental, aponta a gestão como um dos principais fatores contribuintes para o problema. De acordo com ele, o atraso na coleta não era algo recorrente em Goiânia, sugerindo possíveis falhas na administração do executivo local. Vale lembrar que esse foi um dos desafios enfrentados pelo ex-prefeito Paulo Garcia durante a “crise do lixo”, o que pode também representar uma preocupação para o atual prefeito, Rogério Cruz.

    Além disso, o especialista enfatiza a importância de a Companhia de Urbanização de Goiânia (COMURG) possuir ferramentas para fiscalizar o cumprimento do contrato com a empresa responsável pela coleta de lixo. Além disso, ele destaca a relevância da atuação da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos, que deve averiguar a qualidade do serviço prestado.

    Consequências para a população

    O acúmulo de lixo nas ruas, decorrente do atraso na coleta, pode gerar diversas consequências negativas para a cidade. Itamar destaca que o mau cheiro é apenas um dos problemas enfrentados pela população. Além disso, a exposição dos resíduos atrai animais de rua e catadores avulsos, causando reviramento e mistura dos recipientes. Essa situação acarreta um impacto visual desfavorável e pode afetar a rede de drenagem, representando riscos à saúde pública.

    A permanência prolongada dos resíduos nas vias ainda contribui para atração de vetores de doenças e animais peçonhentos, que entram em contato com as pessoas e podem disseminar enfermidades. Em períodos de inundações, o lixo acumulado contamina a água, aumentando os riscos de contaminação para a população.

    Itamar enfatiza que, além do atraso na coleta, Goiânia enfrenta outros desafios em relação ao manejo adequado dos resíduos sólidos. Ele menciona a importância da separação dos resíduos em casa, a implementação de coleta seletiva para toda a cidade e um plano de reaproveitamento dos resíduos de construção civil. Ademais, o especialista destaca a relevância de uma política concreta para a redução da geração de resíduos pela população em geral.

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