Petrobras muda estratégia de preços e enfrenta defasagem de 24% na gasolina
A Petrobras, até maio, seguia uma política de paridade de importação (PPI), que equiparava os valores praticados nas refinarias brasileiras aos preços de importação. Essa política considerava os custos com frete, seguros e outros fatores ao valor do combustível quando chegava aos portos do Brasil. Desde 2016, o preço dos combustíveis no mercado interno acompanhava as oscilações internacionais do petróleo e do dólar, sendo esta estratégia vigente por 6 anos.
Contudo, em 16 de maio, a empresa anunciou o fim da paridade de preços dos combustíveis derivados, como gasolina e diesel, em relação ao mercado internacional.
Nos primeiros meses após a mudança de estratégia, os preços praticados pela Petrobras mantiveram-se aproximadamente 5% abaixo da paridade. No entanto, atualmente, a defasagem no preço médio da gasolina vendida nas refinarias da estatal em comparação com os preços internacionais chegou a 24%. Isso representa uma necessidade de aumento de R$ 0,77 por litro de gasolina para que se iguale ao mercado internacional.
O óleo diesel apresenta uma defasagem de 21% em relação aos preços internacionais, de acordo com um novo relatório divulgado pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Essa situação se torna preocupante, visto que cerca de 12% da gasolina e 25% do diesel consumidos no Brasil são importados.
Essa não é a primeira vez que a Petrobras adota essa estratégia. Durante o governo de Dilma Rousseff, entre 2014 e 2015, os preços dos combustíveis foram controlados para evitar o impacto na inflação, o que resultou em um prejuízo operacional acumulado de R$ 34 bilhões para a empresa. A lição do passado reforça a importância de encontrar um equilíbrio na política de preços para garantir a sustentabilidade financeira da Petrobras.