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    Brasil pode precisar importar biocombustível, afirma especialista

    O especialista em energia Miguel Novato, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), demonstrou pessimismo em relação à transição energética e o mercado de bioenergia no Brasil. Segundo ele, o Projeto de Lei (PL) do Combustível do Futuro é “inócuo”, pois dá apenas diretrizes gerais para o mercado. “Em vez do biocombustível do futuro, o País deveria fazer um PAC da bioenergia”, afirmou, referindo-se ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), durante o Summit Agro Estadão. O Projeto de Lei 4516/23 estabelece medidas para o estímulo de combustíveis sustentáveis no setor de transportes.

    Para Novato, se o setor não tiver investimentos urgentes e mudanças regulatórias, o País corre o risco de ter de importar biocombustível. “Do jeito que está a política para bioenergia no País, nós não cumpriremos Acordo de Paris”, disse. “Precisamos de uma grande revolução regulatória para alcançar as metas de bioenergia até 2030.” O ano é o prazo para o Brasil cumprir a meta de reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa.

    Além disso, Novato alertou para a necessidade de garantias para o RenovaBio (programa nacional para os biocombustíveis), pois “as regras do programa mudam toda hora”, afirmou. O pesquisador disse que o orçamento para a pesquisa em energias renováveis deveria aumentar. “Não falo apenas da Embrapa, o setor de bioenergia como um todo precisa de investimentos urgentes.”

    O País enfrentará um grande desafio regulatório paro o biogás e para o bioSAF, o combustível de aviação. Segundo Novato, os Estados Unidos estão investindo em SAF (combustível sustentável de aviação). “Se não conseguirmos fazer as mudanças, vamos acabar importando deles.”

    Por Audryn Karolyne, Tânia Rabello e Vinicius Galera

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