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    Petrobras pode ser obrigada a importar combustível, se Governo não agir

    O mercado de cana oferece uma variedade de produtos, com o açúcar e o etanol destacando-se como os principais. No próximo ano, a expectativa é de maior produção de açúcar e menor de etanol no Brasil, conforme aponta Kleiton Barros, Analista de Mercado de Commodities, em entrevista ao Transmissão.

    “Os últimos dias da safra de cana-de-açúcar estão ocorrendo em Goiás. Algumas usinas ainda estão em operação, mas as chuvas reduziram significativamente o volume de moagem”, informa o especialista.

    Ele destaca que todas as usinas atingiram seu potencial máximo de produção de açúcar neste ano, mas algumas careceram de um planejamento mais eficiente. “Neste momento, há quem esteja se organizando para realizar o processo de maneira mais estruturada, como ampliando instalações e realizando novas construções.”

    O Brasil, maior exportador mundial de açúcar, consome per capita um pouco menos do que alguns países, como a Índia, que experimentou um aumento significativo no consumo.

    De acordo com Barros, 2024 será um ano mais voltado para a produção de açúcar do que o atual. Mesmo assim, a Organização Internacional do Açúcar (OIA) prevê um déficit de 2,12 milhões de toneladas de açúcar na safra mundial 2023/24.

    “Espera-se um pequeno aumento na produção de cana no Brasil, dado que há competição com outras culturas e um desincentivo por parte do governo para expansão”, explica. Ele alerta que, se o governo não fornecer segurança suficiente para investimentos e não cumprir a política de paridade de preços internacionais com a Petrobras, não haverá segurança o suficiente para grandes investimentos.

    “Ou o governo proporciona maior segurança para uma produção maior de etanol, ajudando na deficiência de refino, ou chegará um momento em que a Petrobras será obrigada a arcar sozinha com as importações, a preços mais altos de petróleo no exterior, para suprir a demanda via gasolina, devido aos desafios enfrentados pelo setor Sucroenergético com o modelo atual de precificação.”

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