Chuvas trazem alívio ao mercado agrícola, mas incertezas permanecem
Depois de tantos pedidos, finalmente São Pedro atendeu os agricultores e entregou, de presente de Natal, chuvas mais volumosas nas principais praças produtoras de soja. Em Goiás, o menor volume se deu no Sul, onde tivemos somente 105mm de chuvas durante o mês de dezembro.
No pronunciamento de final de ano do presidente chinês, Xi Jin Ping, ficou claro que a China atravessa um momento difícil e que não terá mais estímulos a curto prazo. A soma das chuvas nos últimos 15 dias, mais o anúncio de uma demanda enfraquecida, derrubou o complexo de soja neste primeiro pregão do ano, com os contratos em Chicago caindo em 2%.
Neste momento o mercado aguarda, ansiosamente, pelo início de uma colheita mais abrangente. As primeiras áreas apresentaram números muito diferentes. Em certas regiões houve produtividade de 58 sc/ha e em outras, menos de 30 sc/ha.
Qual será o tamanho da quebra no Brasil? A China irá aumentar a demanda? Quanto a Argentina irá produzir? A Argentina irá exportar grão?
Vamos aguardar a colheita ganhar foça em todas as regiões para podermos posicionar o tamanho da quebra no Brasil e o volume real, argentino, de grãos.
E o milho? Qual será o tamanho da área plantada de safrinha? Hoje já vemos uma diferença de preços muito forte entre exportação e mercado interno. Os preços de exportação estão na casa de R$40,00/sc, em nossa região, contra um mercado doméstico acima de R$50,00/sc.
Temos a certeza de que este ano teremos uma área inferior a última safra, mas precisamos prestar atenção ao Sul do Brasil, que nas últimas 2 safras de milho, teve quebras significativas e este ano pode retornar à produtividade total.
De acordo com os mapas meteorológicos, teremos um acumulado de mais de 40mm de chuvas para os próximos 5 dias em nossa região, volume este que ajuda a diminuir o estresse causado no início do plantio.
No último relatório falamos que a soja operava em um canal de indecisão, de 118pts mas, hoje o mercado firmou abaixo dos 13 c/bls. Ficou um GAP na abertura de 8pts, entre 12,98 e 12,90, e estes GAPs sempre fecham e pode ser uma oportunidade para fixarmos mais alguns lotes em Chicago.
O fortalecimento do câmbio neste início de ano se deve a valorização do DXY, onde é o dólar contra uma cesta de moedas. No curto prazo deverá continuar oscilando nestes patamares.
Fonte: Relatório Quinzenal de Marco Rêgo – Gestor de Commodities