Jovens e relevantes nas capitais por gestão moderna
O presidente Lula se deu ao trabalho de negar que ofereceria um ministério em troca da desistência da campanha da deputada federal Tábata Amaral (PSB) à prefeitura de São Paulo (SP), para não atrapalhar seu candidato, o também deputado federal Guilherme Boulos (Psol), que concorrerá ao mesmo cargo. Exemplo de iniciativa que comprova a relevância da parlamentar em São Paulo.
Além do maior colégio eleitoral do Brasil, outras capitais também deram ou estão prestes a dar o status de gestor a um jovem com relevância política consolidada como Tábata. Em Recife, eleito prefeito aos 27 anos, João Campos (PSB) vai à reeleição. Em Belém do Pará, Thiago Araújo (Cidadania), 31 anos, é um dos favoritos ao cargo de prefeito. Em Maceió, João Henrique Caldas (PL), eleito prefeito aos 33 anos, JHC também vai à reeleição.
Além de passarem pelo crivo do parlamento, todos são jovens e relevantes na política brasileira, prova disso é a atenção que atores políticos mais “longevos” dedicam na tentativa de conter o inevitável crescimento de lideranças mais conectadas não só ao público, mas também à própria gestão pública.
Com uma média de idade de 53 anos entre os eleitos nas capitais, JHC e João Campos foram eleitos após um significativo desempenho eleitoral para o parlamento e são claramente fruto também de uma forte tomada de consciência da gestão pública para a eficiência da iniciativa privada.
Quando Vargas implementou o Estado Novo e uma profunda reforma administrativa, a fim de conter a administração patrimonialista que privilegiava interesses privados, a administração racional-legal foi uma tentativa de usar a burocracia contra a corrupção, mas a gestão pública precisou evoluir até chegar ao atual modelo contratualista, onde a iniciativa privada detém espaços importantes para entregar o que o Estado não consegue sozinho, o que hoje a administração pública chama de gestão por resultados, uma guinada ao modelo de gestão utilizado por organizações com fins lucrativos.
Em um segmento sensível como a saúde, constatou-se que nos últimos cinco anos o volume de recursos do SUS para a gestão privada de hospitais públicos triplicou, uma tendência já comum em todo o País, diante de uma evidente limitação do SUS em responder à demanda por atendimento em alta e média complexidade, especialmente na prestação de serviços como exames e cirurgias.
Em 2023, o Albert Einstein já era responsável por gerir 30 hospitais públicos. Considerada referência em gestão hospitalar, a mesma organização auxilia a Prefeitura de Maceió por meio de uma consultoria na gestão do município do Hospital da Cidade, anunciado em 2023, com capacidade para 220 leitos, o primeiro hospital público municipal. Junto ao Sírio-Libanês, as duas organizações já administram mais leitos públicos do que privados, o que corrobora com um movimento generalizado nas três esferas de gestão.
Para o eleitor, aplicar uma “Análise Swot” inconsciente pode implicar a identificação de uma oportunidade de gestão qualificada espelhada em jovens lideranças e, por outro lado, lideranças tradicionais podem representar a ameaça de gestões sucateadas pela política da negociação de interesses.
fonte: Quarto Poder