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    Vereadora Aava Santiago, Ouvidoria da Mulher e Comissão de Direitos Humanos lançam a Campanha Permanente de Enfrentamento à Discriminação Capilar

    Autora da Lei que cria o Dia Municipal de Conscientização e Combate à Discriminação Capilar, Aava Santiago destaca que o evento contará com palestra, oficina para cuidados de cabelos afros, corte e distribuição de produtos de beleza

    Karla Queiroz é uma mulher negra que, como tantas outras, já sofreu discriminação por causa do cabelo, seja na escola, na rua, no trabalho. Mas depois de muito sofrer com corte equivocados e alisamentos desnecessários, e de SER MÃE, Karla fez do seu limão um empreendimento: decidiu ensinar às pessoas de cabelo crespo e de estilo afro, a cuidarem de suas madeixas.

    “A maternidade foi fundamental na minha vidara de chave. Por conta do meu filho, precisava de dinheiro para as necessidades especiais dele e de tempo para estar com ele, e não poderia me dar ao luxo de ficar de salão em salão fazendo testes pra ver se acertavam o corte. Fiz um curso em São Paulo e decidi que, como eu, outras pessoas poderiam aprender a cuidar do seu visual e eu iria ensiná-las”, comenta Karla.

    Em comemoração ao Dia Municipal de Conscientização e Combate à Discriminação Capilar, celebrado em 15/09, a Karla, em parceria com a vereadora Aava Santiago, Ouvidoria da Mulher e Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, promove nesta quarta-feira, dia 20 de setembro, uma oficina para cuidados de cabelos afros direcionada à mulheres em situação de vulnerabilidade atendidas na Ouvidoria da Mulher.

    “Quando essas mulheres nos procuram, na Ouvidoria, após terem sofrido situações de violência doméstica, elas estão com a autoestima muito afetada. Além de oferecer um cuidado a essas mulheres e a oportunidade para que elas aprendam a cuidar dos seus crespos, nossa ideia é disseminar a legislação, aprovada recentemente, que cria um dia especial para a conscientização e enfrentamento à discriminação capilar. No processo de votação, o projeto de lei foi criticado e taxado de sem importância para a sociedade, mas todos nós sabemos que entre as suas diversas formas, o preconceito capilar está presente nas escolas, nas ruas, no trabalho e precisa ser enfrentado”, comenta Maria Clara Dunk, coordenadora da Ouvidoria da Mulher.

    LEGISLAÇÃO

    Está em vigor a Lei nº 10.962, que institui o dia 15 de setembro, como o dia Municipal de Conscientização e Combate à Discriminação Capilar. A ideia é integrar a sociedade goianiense ao debate sobre esse tipo de discriminação. “Uma das nossas maiores riquezas é a nossa diversidade cultural, de cor, de raça, de crenças. Essa pauta precisa de debate constante, e de ações de valorização como essa oficina que vamos promover em parceria com a Karla Queiroz. Só assim teremos condições de enfrentar um padrão equivocado de beleza que desconsidera justamente o que temos de mais belo”, comenta Aava Santiago, autora da lei, Ouvidora da Mulher e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

    DADOS

    Uma pesquisa global divulgada em abril, pelo LinkedIn, apontou que os cabelos de mulheres negras têm 2,5 vezes mais chances de serem percebidos como “não profissionais”. Os dados revelam que 63% das mulheres negras já sofreram preconceito em seleções de emprego e 25% das entrevistadas afirmaram ter sido reprovadas em entrevistas por causa do cabelo.

     

    LANÇAMENTO DA CAMPANHA PERMANENTE DE COMBATE À DISCRIMINAÇÃO CAPILAR COM OFICINA PARA CUIDADOS DE CABELOS AFROS, CORTE E DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE BELEZA

    Responsável: Ouvidoria da Mulher e Comissão de Direitos Humanos e Cidadania
    Data: 20/09, quarta-feira
    Local: Salão Karla Queiroz (Gaile) – Rua 83F, 66, Setor Sul, próximo ao Cepal
    Horário: 15h às 17h
    Público: Mulheres em situação de vulnerabilidade atendidas pela Ouvidoria da Mulher
    Ministrante: Karla Queiroz

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