Retorno dos trabalhos legislativos é marcado por cobranças à Rogério Cruz até mesmo de aliados
O último ano da atual legislatura da Câmara de Goiânia não será fácil para o prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Oposição deve propor comissões de inquérito para investigar atos do mandatário, que terá que enfrentar ainda o “fogo amigo”, vindo de vereadores da base aliada, que vão tentar a reeleição em outubro.
Os trabalhos legislativos na Câmara Municipal de Goiânia foram retomados nesta terça-feira, 6, com a presença do prefeito Rogério Cruz, como é de praxe, na primeira sessão do ano.
Mas a visita não é, nem de longe, um sinal de que a convivência entre Legislativo e Executivo vai ser pacífica nesse 2024. E a causa dessa turbulência no relacionamento é a eleição municipal que se aproxima.
Em ano eleitoral as disputas pelos espaços de poder se intensificam. E essas questões envolvem vários aspectos, como articulações, indicações para cargos, destinação de emendas, entre outros. Isso, principalmente na oposição, mas também entre aliados.
Na Câmara de Goiânia vereadores oposicionistas já articulam duas Comissões Especiais de Inquérito (CEI) para investigar a gestão municipal. Aava Santiago (PSDB) já anunciou que irá propor uma CEI para apurar supostas irregularidades na Educação. E o líder do bloco Vanguarda, Igor Franco (SD) também já revelou que vai apresentar um requerimento para a abertura de Comissão para investigar problemas na saúde.
O bloco, que já esteve na base de Rogério Cruz, mas se afastou depois da exoneração de pessoas indicadas por vereadores do grupo, também prepara um pedido de impeachment de Cruz. As alegações são de descumprimento na aplicação do percentual legal da receita na educação e a falta de transparência no pedido de empréstimo de R$ 710 milhões para obras.
Entre a base aliada alguns vereadores também demonstram mudança de comportamento com relação ao Paço. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Henrique Alves (MDB) é um deles. Ele declarou que vai continuar com o posicionamento de parceria com o Paço, mas não deixará de apontar problemas em pastas, como na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg).
O ex-secretário municipal de Educação da gestão Rogério Cruz, Wellington Bessa (DC) afirmou que continuará votando com a Prefeitura nos projetos de interesse da cidade e quando achar que a matéria é prejudicial, vai se posicionar contrário.
O líder do prefeito na Casa, Anselmo Pereira (MDB) trata a questão com naturalidade. Para ele, a situação é própria de anos eleitorais. E orienta o secretariado a dar mais atenção às demandas dos vereadores. “Agora, sim, chegou a vez de os secretários darem bastante atenção às causas dos vereadores, que não é deles, mas é do bairro, da obra, da entidade, do segmento. Então, esse desdobramento do Poder Executivo para atender o Legislativo precisa estar afinadíssimo, sob pena de poder ter uma ruptura”.
Fonte: Voz de Goiás