Inquérito revela aumento exponencial em contratos da Prefeitura de Goiânia
A Operação Endrôminas, conduzida pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO), revelou um cenário preocupante de suspeitas de desvios em contratos da Prefeitura de Goiânia, que cresceram astronomicamente desde 2022. O inquérito, resultado de uma investigação iniciada em maio do ano passado, aponta para um aumento exponencial nos valores pagos a três empresas fornecedoras de materiais, totalizando cerca de R$ 125 milhões.
O foco da investigação está no secretário de Infraestrutura Urbana, Denes Pereira, que também ocupou a Secretaria de Administração e é apontado como o articulador do aumento vertiginoso nos valores pagos às empresas a partir de 2022. Outros alvos dos mandados de busca foram Luan Alves, presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), e Alisson Borges, presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) anunciou o afastamento de Alisson Borges do cargo ainda nesta quarta-feira, 20.
Embora a Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) tenha solicitado a prisão temporária dos três auxiliares do primeiro escalão da Prefeitura, além dos empresários envolvidos, a juíza Placidina Pires negou a solicitação, autorizando apenas as buscas, quebras de sigilos bancário e fiscal, e a suspensão dos contratos em investigação.
Segundo o inquérito, Denes Pereira teria facilitado as supostas irregularidades nos contratos com as empresas Comercial J. Teodoro Ltda (Ferragista Oliveira), Gyn Comercial e Atacadista Ltda (Comercial Gyn) e Sobrado Materiais para Construção (Comercial Garavelo). Os contratos com essas empresas experimentaram um aumento nos valores que variam de 662% a 1.405% desde 2022, conforme apontado pela Deccor.
As investigações indicam que Denes Pereira teria contatado as três empresas para intensificar as relações comerciais com órgãos vinculados à prefeitura, supostamente em troca de vantagens indevidas. Embora negue irregularidades, Denes atribui o aumento nos contratos à demanda reprimida por obras e serviços na capital após a pandemia.