O Planejamento Urbano de Goiânia é sustentável?
Por Itamar Oliveira*
Essa é uma pergunta muito comum entre as pessoas, pois Goiânia tem aquela fama de ser uma cidade verde, dos parques bonitos, dos lagos majestosos e de uma arquitetura interessante, mas e por trás disso, será que existe uma cidade planejada ou será que não conseguimos enxergar uma falta de planejamento?
Todos que conhecem a história de Goiânia sabem que a priori ela foi projetada por Atílio Correia Lima, mas que no decorrer da construção de Goiânia, houve uma interrupção do contrato entre o Governo de Goiás e o Arquiteto, que acabou por se desligar e assim, ficando com a missão o Engenheiro Armando de Godoy e os irmãos da Construtora Coimbra Bueno, responsável pelas obras.
Nessa mudança, já houve uma alteração drástica no projeto e no traçado da cidade, que antes priorizava as largas avenidas e depois passou a priorizar mais a especulação imobiliária e desde então, essa foi a tônica de Goiânia, que por decisões políticas, foi escolhida para ser uma cidade de comércio e serviços e não de indústrias, assim como Washington, por exemplo. A vocação industrial, Goiânia deixou para a sua Região Metropolitana, como: Aparecida de Goiânia e Senador Canedo.
Goiânia nos últimos anos foi tão tomada pela especulação imobiliária que isso trouxe algumas alterações drásticas, como por exemplo, as ilhas de calor, dentro da cidade, pois com a verticalização de várias áreas, há um bloqueio dos ventos, ele circula menos, o concreto e os asfalto, fazem com que atraia mais calor, isso alterando o ambiente e aumentando a sensação de calor.
Por isso, o planejamento urbano deve ter em seu escopo as questões climáticas, para que as cidades possam ser locais mais agradáveis para se viver, para que as cidades possam ser locais mais habitáveis e assim serem mais humanizadas.
Ações devem ser feitas para mitigar essas questões que hoje várias cidades, como Goiânia enfrentam, como: mais espaços verdes em áreas residenciais, tanto dentro das casas e condomínios, quanto nas vias e praças, criação de unidades de conservação dentro das cidades, e principalmente não fazer mudanças drásticas nos zoneamentos urbanos beneficiando apenas a especulação imobiliária, pois assim evita-se que a cidade fique um ambiente hostil, com relação às condições climáticas.