Educação ambiental deficiente prejudica a reciclagem em Goiânia, alerta cooperado
Claubi Teixeira Lemos, presidente da cooperativa de reciclagem Beija-Flor, ressalta a falta de políticas efetivas de reciclagem e a carência de uma educação ambiental de qualidade em Goiânia. Ele destaca a pouca preocupação da classe política com a reciclagem e critica a falta de investimentos em transporte adequado e infraestrutura para as cooperativas.
A Lei nº. 9795 de 1999 estabelece a Política Nacional de Educação Ambiental, que atribui a responsabilidade desse tipo de educação a todos os setores da sociedade, tanto formal quanto informal.
No Brasil, o descarte inadequado de resíduos ainda é uma realidade preocupante. Lixões a céu aberto e terrenos baldios se transformam em depósitos irregulares, criando verdadeiras montanhas de lixo. Essa situação dificulta a educação da população, que se acostuma a ver o acúmulo de resíduos sem uma destinação adequada.
De acordo com a Radio Agência Nacional, no país, cada pessoa produz cerca de 343 quilos de lixo por ano. No entanto, apenas 4% desse material passa por processos de reciclagem, conforme apontado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Desafios no descarte de resíduos e reciclagem em Goiânia
Em Goiânia, a Companhia Municipal de Urbanização (Comurg) recicla apenas 1,8% do total de resíduos que coleta, enviando o restante para o Aterro Sanitário. Embora o programa de coleta seletiva abranja 5,26% dos resíduos domiciliares, cerca de 65% do material entregue às cooperativas é devolvido devido à falta de adequação aos critérios de reciclagem.
Claubi observa a ausência de políticas voltadas para o meio ambiente e a educação de qualidade na cidade, levando a uma situação em que a população descarta resíduos de qualquer maneira. “A população entende que a obrigação é do poder público. Mas não é, a gente sabe que é do povo também”, completa.
Em conclusão, ele enfatiza que, se o governo não agir, todas as cooperativas de reciclagem serão forçadas a fechar suas portas. “O valor da reciclagem cai, mas todo o resto continua alto”, lamenta o presidente.