Impactos ambientais da retirada de árvores na Avenida Rio Verde são discutidos por especialistas
A Arquiteta Gabriela Chaves e o Engenheiro Ambiental Itamar Oliveira, convergem na importância da arborização urbana para a qualidade de vida das pessoas e o equilíbrio ambiental nas cidades. Gabriela destaca que a relação do ser humano com a natureza, conhecida como biofilia, traz benefícios comprovados na redução do estresse e ansiedade. Para ela, a arborização é essencial, pois influencia diretamente na melhora da qualidade do ar e na diminuição da temperatura das cidades.
Itamar complementa afirmando que a arborização harmoniza os espaços urbanos, proporcionando ambientes mais agradáveis e confortáveis. Sobretudo, ele destaca a importância das árvores na redução das ilhas de calor, que se formam em áreas urbanas densamente povoadas, e enfatiza que elas ajudam a criar um microclima mais ameno e harmônico para os moradores.
Os especialistas concordam que a derrubada de 132 árvores da Avenida Rio Verde pode trazer impactos negativos para o ambiente urbano. Afinal, a falta de arborização pode resultar em aumento da temperatura, desconforto térmico, poluição sonora e visual, além de problemas na drenagem urbana. Itamar acrescenta, ainda, que isso pode afetar o equilíbrio ambiental, afastando animais e diminuindo a biodiversidade.
Alternativas sustentáveis
Questionado sobre o que levou as prefeituras a fazerem essas retiradas, Itamar expressa sua opinião pessoal de que a decisão pode ser mais por questões de facilidade. “É mais fácil derrubar do que replantar as árvores“, afirma.
Segundo ele, existiam alternativas viáveis para a retirada dessas árvores. Por exemplo, o método do desmame, que remove as árvores com a raiz, mantendo-as em viveiros temporariamente e replantando-as após as obras. Ele também destaca a cidade de João Pessoa, na Paraíba, que optou por desviar a ciclovia em vez de remover árvores, preservando-as.
Questionados sobre a opinião em relação ao projeto, Gabriela diz que gostaria de saber os motivos e o embasamento técnico que levaram a essa decisão. “Sou favorável a uma resposta que considere a preservação ambiental como um dos principais critérios das intervenções no meio urbano”, completou.
Itamar afirma diretamente que é contra a ideia. “Hoje nós temos muita tecnologia a nosso favor, para optarem por algo tão drástico como a derrubada das árvores”. Além disso, ele ainda espera que as prefeituras encontrem uma solução mais razoável para o caso. “A solução existe, agora é preciso querer fazer”, encerra.