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    Gustavo Gayer já arruma desculpa para desistir de candidatura e colocar Fred Rodrigues no lugar

    Há um mês, a pré-candidatura do deputado federal Gustavo Gayer (PL) à Prefeitura de Goiânia vem sendo descrita como “desanimada” e o parlarmentar já arruma desculpa para desistir. Esta semana, durante um evento do Partido Liberal, a chapa com o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL) foi reafirmada, mas sem o entusiasmo que normalmente acompanha tais anúncios.

    No evento realizado na sede do partido em Goiânia em 29 de abril, Gayer disse que aguardava um sinal do coração. “Eu nem estava falando de Goiânia, nem estava fazendo pré-campanha. Eu estava esperando o coração sentir, aquela necessidade. Agora é a hora e eles vão ver o negócio decolar”, disse, ao acrescentar que se o derrubarem quando for eleito, será um erro. “Se me derrubarem quando eu virar prefeito, vai ser o maior erro da vida deles, porque eu estou escolhendo como vice o meu Braga Neto, Fred Rodrigues”, citou.

    A hesitação de Gayer levanta questões sobre suas motivações, assim como especulações sobre o cenário em que ele imagina ser “derrubado”. Antes do anúncio da chapa com Fred Rodrigues, Gustavo Gayer afirmava estar focado em seu trabalho na Câmara dos Deputados, onde se destaca por levantar pautas da direita e defender o ex-presidente Bolsonaro, tendo sido o segundo deputado mais votado no Estado, com 254 mil votos.

    Nos bastidores, entretanto, seu receio de ser derrubado pode estar relacionado ao processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), por uma denúncia de racismo contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e injúria ao presidente Lula da Silva (PT). O PSOL recorreu à Procuradoria-Geral da República (PGR), que ofereceu denúncia ao STF em novembro de 2023, e a ministra Cármen Lúcia intimou o deputado a prestar esclarecimentos em fevereiro deste ano.

    Na época, a defesa de Gayer emitiu uma nota. “De maneira açodada, a vice-procuradora-geral da República interina, Dra. Ana Borges Coêlho dos Santos, absurdamente vislumbrou autoria e materialidade delitivas na conduta do parlamentar, sem que pudesse apresentar seus esclarecimentos”. Fontes internas do PL temem que o processo, nas mãos de Carmen Lúcia, possa progredir caso a campanha do partido incomode adversários ligados ao governo federal.

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