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    Senador Jorge Kajuru Critica Autonomia do Banco Central e Chama Roberto Campos Neto de “Anti-Brasil”

    Enquanto Kajuru condena a PEC que concede autonomia ao BC, Vanderlan Cardoso defende a proposta como uma pauta de Estado; votação é adiada para agosto.

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    O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) intensificou suas críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede autonomia ao Banco Central (BC). Em entrevista ao jornal Opção, Kajuru afirmou que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, é um “ser desprezível” e declarou que qualquer senador que vote a favor da PEC “não gosta do Brasil”. “Eu acho um absurdo, eu acho que senador que votar a favor disso é porque não gosta do Brasil igual ao Roberto Campos Neto. Isso não tem cabimento, não tem cabimento que você dá autonomia para um cara que é anti-Brasil, que é anti-Lula”, disse Kajuru.

    O senador também acusou Campos Neto de prejudicar o desenvolvimento do país com taxas de juros elevadas. “Ele quer acabar com o país com os juros mais altos da história. O juro dele é um juro criminoso porque ele é anti-Lula. Eu tenho nojo dele”, afirmou Kajuru.

    Em entrevista à Folha de S.Paulo, Kajuru reiterou que Campos Neto age de maneira politizada. “Uma coisa é você oferecer autonomia a um Banco Central que tenha um presidente que não age politicamente, não trabalhe contra o Brasil por odiar o presidente Lula, essa é a verdade. Algo pessoal, desprezível é, na minha opinião, Roberto Campos Neto”, declarou o senador.

    Por outro lado, o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), autor da PEC, defendeu que a proposta trata-se de uma pauta de Estado, independentemente de quem esteja à frente do Banco Central. “Primeiro é preciso esclarecer que esta é uma pauta de Estado e independe de quem é o presidente do Banco Central. Mesmo que a PEC seja aprovada e promulgada até o final do ano, só tem validade efetiva após a edição da lei complementar que vai regulamentar a PEC. Então, só o próximo presidente do BC irá usufruir da autonomia orçamentária e financeira do Banco Central. Isso já estava claro desde o princípio”, explicou Vanderlan.

    O senador também mencionou que o adiamento da votação da PEC, que estava marcada para quarta-feira, ocorreu para permitir ajustes no texto. “O adiamento que ocorreu nesta quarta-feira foi justamente para que seja feita mudanças no texto da PEC para que haja consenso entre os senadores. Feito isso, e havendo consenso, não vejo dificuldades na aprovação”, continuou Vanderlan.

    Nesta quarta-feira, 17, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado decidiu adiar a votação da PEC que concede autonomia financeira e orçamentária ao Banco Central. A votação estava marcada para o mesmo dia, mas não houve acordo entre os senadores sobre o texto.

    O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), se reuniu com Plínio Valério (PSDB-AM), relator do projeto, e Vanderlan Cardoso, autor da proposta, mas não conseguiram chegar a um consenso. Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da CCJ do Senado, afirmou que a PEC só seria votada caso houvesse acordo, e considerou o adiamento “o melhor caminho”.

    A nova votação está prevista para ocorrer após o recesso parlamentar, no início de agosto.

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