Talibã proíbe mulheres afegãs de trabalharem para Nações Unidas
Recentemente, as autoridades talibãs anunciaram uma decisão proibindo todas as mulheres afegãs de trabalhar para as Nações Unidas. A ONU considerou essa medida “inaceitável e francamente inconcebível” e convocou uma reunião com representantes do governo de Cabul para discutir a questão.
Desde a tomada de poder pelo Talibã em agosto de 2021, as autoridades têm tomado várias medidas que limitam os direitos das mulheres e restringem a ajuda humanitária. Por exemplo, as mulheres foram proibidas de frequentar o ensino superior e trabalhar para organizações não governamentais, além de terem sido impedidas de entrar em espaços públicos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou fortemente a decisão de proibir as funcionárias afegãs de trabalhar para as Nações Unidas. Ele observou que essa proibição vai minar a capacidade das organizações humanitárias de ajudar quem mais precisa e viola os direitos fundamentais das mulheres.
A ONU afirmou que a equipe feminina é essencial para prestar assistência que salva vidas no Afeganistão, especialmente para mulheres e meninas, que são as mais ameaçadas pela crise humanitária no país. Entre 30% e 40% do pessoal das organizações humanitárias que entregam, geram, controlam ou avaliam a necessidade de assistência são mulheres.
A organização tem atualmente cerca de 4 mil pessoas trabalhando no Afeganistão, das quais cerca de 3.300 são afegãs, embora não tenha sido divulgado quantas são mulheres. As Nações Unidas têm tentado levar ajuda a cerca de 23 milhões de homens, mulheres e crianças no país.
A proibição de mulheres afegãs trabalharem para a ONU é apenas a mais recente de uma série de decretos perturbadores que prejudicam as organizações de ajuda humanitária no país. A ONU prometeu continuar tentando alcançar as pessoas mais vulneráveis, especialmente mulheres e meninas, e pressionar as autoridades talibãs a mudarem sua posição sobre a questão.