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    Inflação desacelera na Argentina, mas impacto da austeridade de Milei aprofunda crise social

    Medidas de austeridade diminuem inflação, mas custo de vida e pobreza se agravam para mais da metade da população

     

    A Argentina está sentindo os efeitos das medidas de austeridade econômica do presidente Javier Milei. O resultado mais visível é uma desaceleração na inflação, que caiu para 2,7% em outubro, o menor índice mensal desde novembro de 2021, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). No entanto, o custo desse alívio é alto: o consumo está em queda, e mais da metade da população permanece na pobreza, impactada pelo aumento dos preços básicos.

    Nos últimos 12 meses até setembro, a inflação acumulada finalmente ficou abaixo dos 200% pela primeira vez desde novembro do ano passado. Mas, enquanto alguns preços se mantiveram sob controle, outros pesaram no bolso do argentino. Itens essenciais como transporte, alimentos e bebidas não alcoólicas subiram apenas 1,2% em relação ao mês anterior, mas os custos de aluguéis e serviços básicos registraram aumento de 5,4% em outubro.

    A queda mensal de inflação em 2024
    Os dados mensais de inflação na Argentina mostram um padrão de queda ao longo do ano. Veja os números:

    Janeiro: 20,6%
    Fevereiro: 13,2%
    Março: 11%
    Abril: 8,8%
    Maio: 4,2%
    Junho: 4,6%
    Julho: 4%
    Agosto: 4,2%
    Setembro: 3,5%
    Outubro: 2,7%
    Mesmo com a desaceleração nos últimos meses, o efeito é sentido com intensidade entre os mais pobres. Para conter a inflação, Milei implementou cortes no orçamento e restringiu o crédito, impactando diretamente a renda e o poder de compra. A população enfrenta um consumo cada vez mais baixo, o que afeta a produção e gera um ciclo de retração econômica.

    Desafios para a população
    Apesar de a inflação desacelerar, a pobreza não dá sinais de recuo. As famílias de baixa renda sofrem com o aumento nos custos de aluguel e serviços públicos, enquanto os setores produtivos têm dificuldades para manter empregos e investimentos diante da queda no consumo.

    A política de Milei gerou alívio temporário na inflação, mas a que custo? Economistas alertam que essa queda não resolve o problema do poder de compra, essencial para sustentar o crescimento econômico. Com mais da metade dos argentinos vivendo na pobreza, as medidas de austeridade elevam o custo social e deixam uma dúvida no ar: é possível estabilizar a economia sem comprometer ainda mais o bem-estar das famílias?

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