Zelensky admite: Ucrânia disposta a negociar mudanças territoriais com a Rússia em busca da paz
Em entrevista à Sky News, o presidente ucraniano sinalizou que, para encerrar a “fase quente” do conflito, seria necessário colocar os territórios sob controle no guarda-chuva da OTAN e abrir caminho para futuras negociações diplomáticas.

Em uma reviravolta que surpreende analistas internacionais, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou em entrevista à Sky News que seu país estaria disposto a negociar mudanças territoriais com a Rússia. A declaração marca uma mudança de postura significativa, visto que, até então, Zelensky mantinha uma linha dura em defesa da integridade territorial ucraniana.
Segundo o presidente, “Se quisermos encerrar a fase quente da guerra, precisamos colocar sob o guarda-chuva da OTAN os territórios que temos sob nosso controle. Dessa forma, poderemos, futuramente, buscar a recuperação das áreas atualmente ocupadas por meio de negociações diplomáticas.” Essa proposta, ainda sujeita a condições e garantias de segurança, reflete o desgaste acumulado após quase três anos de conflito e a crescente pressão por uma solução pacífica.
A nova postura de Zelensky surge em meio a debates intensos sobre a continuidade do apoio internacional a Kiev e a necessidade de evitar novas agressões russas. Embora a possibilidade de negociar ajustes territoriais seja recebida com ceticismo por alguns setores da sociedade ucraniana, o presidente defende que a prioridade é proteger a população e assegurar a segurança nacional. Para ele, a adesão imediata à OTAN para os territórios controlados é crucial para impedir que a Rússia utilize a paz para fortalecer sua posição e ampliar suas conquistas.
Zelensky ressaltou que qualquer acordo precisaria respeitar as fronteiras internacionalmente reconhecidas, garantindo que a negociação seja um instrumento temporário para interromper a escalada do conflito. “É uma medida de proteção que visa não só conter a agressão, mas também abrir espaço para que, no futuro, possamos retomar os territórios por meio de um diálogo estruturado e com garantias reais”, afirmou.
As declarações do presidente ucraniano indicam uma disposição inédita para ajustar a postura tradicional em prol da segurança e da paz. A posição, ainda que controversa, pode representar um novo capítulo nas negociações entre Ucrânia e Rússia, num cenário marcado por intensas pressões internas e externas para o fim do conflito.