Trump eleva tarifa para 125% contra a China e suspende sanções a outros países por 90 dias
Escalada da guerra comercial atinge novo patamar; Pequim já respondeu com retaliação de 84% sobre produtos norte-americanos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (8) um novo aumento nas tarifas sobre produtos chineses, elevando a alíquota para 125%. A medida é a mais drástica até agora na guerra comercial travada entre Washington e Pequim e representa um novo capítulo na disputa que já afeta diretamente os mercados globais e a cadeia de suprimentos.
A decisão veio acompanhada da suspensão temporária, por 90 dias, de tarifas aplicadas a outros países, em tentativa de “isolar a China do comércio internacional”, segundo assessores da Casa Branca. O prazo, segundo fontes próximas a Trump, é uma oportunidade para que aliados revejam seus compromissos comerciais com Pequim.
📊 Histórico da escalada tarifária EUA-China
Abaixo, veja a evolução das medidas anunciadas por ambos os países desde janeiro:
Mês | EUA (Trump) | China (Retaliação) |
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Janeiro | Taxa de 10% sobre importações chinesas | — |
Março | Tarifa elevada para 20% | Tarifa de até 15% sobre produtos agrícolas dos EUA |
Abril (início) | “Dia da Libertação”: 34% de tarifa para a China | 34% sobre todos os produtos dos EUA |
Abril (meados) | Ameaça de nova tarifa se China não recuar | — |
Abril (final) | Tarifas elevadas para 50%; total chega a 104% | Nova retaliação de 84% sobre todos os produtos dos EUA |
Maio | Tarifa sobe para 125% | Reação diplomática e possível elevação para além de 100% |
🌐 Reação do mercado e temores globais
A decisão norte-americana já causa repercussões nos mercados asiáticos e europeus. Bolsas em Hong Kong, Tóquio e Frankfurt registraram quedas acentuadas nas primeiras horas após o anúncio. A retaliação chinesa de 84% sobre todos os produtos estadunidenses pressiona ainda mais os setores agrícola, automotivo e de tecnologia dos EUA.
O Goldman Sachs elevou para 45% a chance de uma recessão técnica nos EUA caso a tensão tarifária persista até o segundo semestre. A expectativa é de corte emergencial de juros pelo Federal Reserve caso os impactos se confirmem.
🔍 O que está em jogo
Trump justifica a medida como parte de um esforço para “proteger os empregos e a produção americana de práticas desleais”. Do lado chinês, o governo de Xi Jinping classificou a nova tarifa como “um ataque direto ao comércio global” e já anunciou que recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC).
O clima de incerteza pode afetar diretamente exportadores brasileiros e de outras nações emergentes que dependem da demanda chinesa e americana, além de interferir no fluxo cambial e no preço de commodities.