EUA podem seguir caminho do Brasil com tarifas de Trump, alerta The Wall Street Journal
Jornal americano cita o Brasil como exemplo de país que sofre com barreiras comerciais: preços altos, baixa competitividade e consumidores prejudicados

Em uma análise publicada neste dia 12 de abril, o jornal norte-americano The Wall Street Journal comparou o atual cenário protecionista dos Estados Unidos com a política tarifária brasileira, sugerindo que, caso o governo de Donald Trump mantenha a elevação generalizada de tarifas de importação, o país pode acabar enfrentando os mesmos problemas já vivenciados pelo Brasil.
A reportagem, assinada pela correspondente Samantha Pearson, destaca que o Brasil é um dos países com as maiores barreiras comerciais do mundo. Embora as altas tarifas tenham impulsionado a produção local e protegido alguns empregos, elas também encareceram fortemente o custo de vida da população e tornaram a indústria nacional menos eficiente.
Entre os exemplos dados pelo jornal, uma garrafa de champanhe Veuve Clicquot chega a custar US$ 110 no Brasil. Já uma caixa de chá britânico PG Tips pode ultrapassar US$ 50, e um simples xarope de bordo canadense é vendido por cerca de US$ 35. Para o WSJ, os valores ilustram os efeitos de uma política protecionista que, embora vise fortalecer a indústria nacional, termina por penalizar o consumidor e criar distorções no mercado.
A publicação ainda reforça que, apesar de o Brasil produzir a maioria dos veículos em circulação no país e ter gigantes do varejo e da indústria nacional como principais empregadores, os custos elevados para produtos importados geram um ambiente de baixa competitividade, o que limita a inovação e a eficiência do setor produtivo.
A matéria se insere em meio à escalada tarifária imposta por Trump desde seu retorno à presidência dos EUA. Em 2025, o republicano já anunciou tarifas de até 125% para produtos chineses e prometeu endurecer as regras comerciais com outros países.