Dólar dispara 2,82% e bate recorde histórico de R$ 6,267 em meio a incertezas fiscais
Expectativa de votação do pacote de gastos no Congresso e corte nos juros dos EUA pressionam a moeda norte-americana.

O dólar fechou o dia com alta expressiva de 2,82%, atingindo a cotação recorde de R$ 6,267. A valorização ocorre em meio a um cenário de incertezas fiscais no Brasil e decisões econômicas no mercado internacional que elevam a cautela entre investidores.
No plano interno, a expectativa de que o Congresso Nacional vote o pacote de gastos proposto pelo governo federal preocupa o mercado. A ampliação das despesas públicas levanta dúvidas sobre o controle fiscal e o equilíbrio das contas, afastando investidores e pressionando a moeda.
Já no cenário internacional, a decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, também influenciou a alta. O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) anunciou um corte nos juros para a faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, uma tentativa de estimular a economia americana. A medida torna o mercado dos EUA mais atraente para investidores globais, aumentando a demanda pelo dólar e reduzindo o fluxo de capital para países emergentes, como o Brasil.
Impactos no mercado
Analistas afirmam que a combinação de fatores cria um ambiente de incerteza que reflete diretamente na desvalorização do real. “Há uma fuga de capitais em busca de segurança nos Estados Unidos, principalmente em um momento de maior fragilidade fiscal no Brasil”, explicou um economista do mercado financeiro.
O movimento do dólar tem impactos diretos na economia brasileira, pressionando a inflação ao encarecer produtos importados, como combustíveis e insumos industriais, o que pode afetar toda a cadeia produtiva e de consumo.
Cenário fiscal preocupante
A votação do pacote de gastos é um ponto crítico. Investidores temem que a proposta comprometa o teto de gastos e amplie o déficit fiscal, piorando as contas públicas em um cenário já frágil.
O governo, por sua vez, defende que o aumento das despesas é necessário para garantir investimentos sociais e estimular o crescimento econômico. No entanto, o mercado segue dividido, aguardando uma definição sobre o texto final que será votado no Congresso.