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    Apoio a anistia do 8 de janeiro aproxima Caiado de Bolsonaro, mas PP segue em silêncio

    Governador de Goiás se fortalece entre aliados bolsonaristas após declaração sobre o 8/1 e recebe agradecimento do ex-presidente, mas viabilidade para 2026 ainda depende de apoio partidário

    O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), intensificou suas movimentações no xadrez político rumo à eleição presidencial de 2026 ao se posicionar, nas redes sociais, a favor do projeto de lei que anistia os envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro de 2023. “Quero dizer que não apenas sou a favor da anistia aos manifestantes de 8 de janeiro, como fui o primeiro a defendê-la”, escreveu o governador.

    A declaração teve repercussão imediata em um dos principais núcleos da direita brasileira. Segundo interlocutores próximos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) telefonou para Caiado em sinal de agradecimento pelo apoio à pauta. Embora o gesto tenha estreitado laços com a base bolsonarista, Bolsonaro não comentou sobre o lançamento da pré-candidatura de Caiado à Presidência, previsto para sexta-feira (4), em Salvador.

    O movimento ocorre em meio às negociações para a formação da federação entre União Brasil e Progressistas (PP), que pode se consolidar como uma das maiores forças do Congresso. Para viabilizar sua candidatura dentro dessa estrutura, Caiado precisaria do apoio do senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP e aliado histórico de Bolsonaro. Até o momento, o partido tem evitado se posicionar publicamente sobre uma eventual adesão à pré-candidatura do goiano.

    Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, Caiado elevou o tom contra o governo Lula (PT), ao criticar a nomeação de Gleisi Hoffmann como ministra da articulação política e rebater cobranças da petista sobre a renegociação das dívidas dos estados. “Não é só uma República de roubo de celular. A verdade é que ele [Lula] tem que entender que ele hoje está patrocinando a transição do Brasil de um Estado democrático para um Estado do narcotráfico”, afirmou o governador.

    Caiado aposta em seu histórico como gestor e em sua base no Centro-Oeste para se apresentar como alternativa viável da direita em 2026, especialmente diante da incerteza sobre a elegibilidade de Bolsonaro. No entanto, para ganhar musculatura nacional, dependerá de alianças com partidos estruturados, como PP e Republicanos, que ainda não formalizaram apoio à sua empreitada.

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