Armínio Fraga propõe congelar salário mínimo por seis anos para conter gastos públicos
Ex-presidente do Banco Central sugeriu a medida durante evento nos Estados Unidos. Proposta gera críticas por possível impacto sobre os mais pobres.

Durante participação na Brazil Conference, evento realizado em universidades americanas como Harvard e MIT, o economista Armínio Fraga defendeu o congelamento do salário mínimo por seis anos, sem aumento real acima da inflação. A ideia, segundo ele, é frear o crescimento dos gastos públicos no Brasil.
A declaração foi publicada originalmente pela Revista Oeste, que destacou a fala de Fraga sobre o peso das despesas obrigatórias: “Quase 80% dos gastos primários estão ligados a aposentadorias, pensões e salários”. Para o ex-presidente do Banco Central, medidas como essa seriam mais viáveis do que reformas profundas de curto prazo.
Fraga comparou o atual cenário fiscal a uma “Ferrari correndo a 300 km/h” e disse que, sem mudanças estruturais, o país pode entrar em colapso fiscal. A proposta, no entanto, foi duramente criticada por lideranças políticas. A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT), por exemplo, afirmou em suas redes sociais: “Armínio Fraga viveria com um salário mínimo congelado por seis anos?”
Hoje, o salário mínimo está fixado em R$ 1.518 e deve subir para R$ 1.627 até 2026, conforme projeções do governo federal. A política atual prevê aumentos acima da inflação, com base no crescimento do PIB.
A proposta reacende o debate sobre a necessidade de responsabilidade fiscal versus o impacto social de medidas de austeridade em uma população já afetada pela desigualdade.