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    Governo anuncia R$ 6,4 bi em investimentos e mira produção nacional de medicamentos e vacinas

    Ações integram a Nova Indústria Brasil e fortalecem o Complexo Econômico-Industrial da Saúde com foco no SUS e na inovação tecnológica

    Lula anuncia R$ 6,4 bilhões da Novo Nordisk no Brasil

    Durante cerimônia em Montes Claros (MG), o presidente Lula participou do anúncio de R$ 6,4 bilhões em investimentos da farmacêutica Novo Nordisk. A empresa vai ampliar a produção de medicamentos injetáveis usados no tratamento de obesidade, diabetes e doenças crônicas.

    A Novo Nordisk é fornecedora do SUS e emprega 2,65 mil pessoas no Brasil. A expectativa é gerar mais 600 empregos com a nova unidade.


    Fundo de R$ 200 milhões para startups da saúde

    No mesmo evento, BNDES, Finep e Fundação Butantan anunciaram um fundo de R$ 200 milhões para micro, pequenas e médias empresas da área da saúde. O objetivo é fortalecer startups com alto potencial de inovação tecnológica.

    O BNDES deve aportar até R$ 125 milhões. A Finep contribuirá com até R$ 60 milhões, enquanto o Butantan entrará com pelo menos R$ 50 milhões. O foco é ampliar a cadeia de suprimentos do SUS.


    Expansão da produção de dispositivos médicos

    Uma empresa de Aparecida de Goiânia (GO) começará a fornecer ao governo produtos como stents coronários, cateteres e balões periféricos. Esses itens são essenciais em procedimentos cardiovasculares. A medida reduz a dependência de importações na área da saúde.


    Política industrial mira autonomia em saúde

    Lançada em janeiro, a Nova Indústria Brasil (NIB) inclui o fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde como uma das metas prioritárias, dentro da chamada Missão 2. O governo quer elevar a produção nacional de medicamentos e insumos de 45% para 70% até 2033.

    Segundo o MDIC, a Missão 2 já recebeu mais de R$ 57 bilhões em investimentos públicos e privados. Lula defendeu a política em Minas:
    “Estamos promovendo uma revolução industrial no país, puxada pela saúde. O SUS é um grande comprador do que produzimos.”


    Fiocruz amplia capacidade com apoio do PAC

    A Fiocruz, referência em saúde pública, lidera o maior projeto de biotecnologia do país. A instituição está construindo no Rio de Janeiro o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde, com capacidade para produzir até 120 milhões de frascos de vacinas por ano.

    O PAC prevê investir R$ 2 bilhões em quatro anos na obra. A Fiocruz ainda busca captar mais R$ 4 bilhões com parceiros. O novo centro inclui tecnologia avançada como a plataforma de RNA mensageiro (mRNA), base de vacinas contra covid-19.


    Indústria da saúde movimenta o PIB

    A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classifica o setor como estratégico para o desenvolvimento econômico e social. Segundo a especialista Caroline Giusti de Araújo, o Complexo movimenta cerca de 10% do PIB brasileiro e representa mais de 30% dos investimentos em ciência e tecnologia.

    Ela destaca o efeito multiplicador:
    “Para cada R$ 1 milhão produzido no setor farmacêutico, geramos R$ 2,46 milhões em valor bruto da produção.”


    Sindusfarma: setor gera 900 mil empregos

    Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, afirma que a cadeia farmacêutica emprega cerca de 900 mil pessoas no Brasil, direta e indiretamente. Ele defende que a política de incentivo se torne permanente e com regras estáveis.

    “Essa política precisa ser tratada como política de Estado. É fundamental ter marcos legais claros e duradouros”, afirmou à Agência Brasil.

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