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    Aava Santiago apresenta projeto que visa proibir homenagens a escravocratas e militares da ditadura em Goiânia

    Proposta altera legislação municipal para vedar nomes de vias e logradouros que homenageiem figuras ligadas à escravidão, à ditadura militar e a crimes contra a humanidade

    Durante a sessão plenária desta terça-feira (18), a vereadora Aava Santiago (PSDB) apresentou um projeto de lei que altera a Lei nº 9.079/2011, regulamentando a denominação de vias e logradouros públicos em Goiânia. A proposta proíbe homenagens a personalidades e autoridades vinculadas ao período escravocrata e à ditadura militar, além de permitir a alteração dos nomes de locais que já homenageiam figuras associadas a esses períodos.

    O que prevê o projeto?

    O texto apresentado pela parlamentar acrescenta os parágrafos 2º e 3º ao artigo 1º da Lei Municipal nº 9.079/2011, estabelecendo que:
    • Ficam proibidas homenagens a personalidades e/ou autoridades vinculadas ao período escravocrata brasileiro (proprietários, mercadores e exploradores de escravos).
    • Está autorizada a alteração do nome de vias e logradouros que prestem homenagem a escravocratas e ditadores.
    • Ficam vedadas homenagens a autoridades e militares que atuaram durante a ditadura militar no Brasil.
    • A proibição também se estende a pessoas condenadas com sentença transitada em julgado por crimes contra a humanidade, violação dos direitos humanos, exploração do trabalho análogo à escravidão, racismo e injúria racial.

    Homenagens a escravocratas e militares da ditadura ainda persistem no Brasil

    Diversas cidades brasileiras ainda mantêm homenagens a figuras históricas ligadas à escravidão e à ditadura militar. Ruas, avenidas e praças levam os nomes de senhores de engenho, traficantes de escravizados e militares que cometeram graves violações aos direitos humanos. Um exemplo é o Marechal Castelo Branco, primeiro presidente do regime militar, que dá nome a diversas vias pelo país. Além disso, nomes como os de Floriano Peixoto, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e Costa e Silva, todos associados à repressão política e à perseguição de opositores durante a ditadura, também são amplamente utilizados.

    No caso da escravidão, há ruas que ainda homenageiam figuras como Borba Gato, bandeirante que aprisionava e vendia indígenas e negros escravizados. Recentemente, movimentos sociais têm pressionado para a revisão desses nomes, a fim de evitar a glorificação de indivíduos que perpetuaram práticas opressivas e desumanas.

    Resgate da memória histórica com justiça e dignidade

    A justificativa do projeto enfatiza a necessidade de respeitar os princípios de justiça, igualdade e dignidade humana na denominação de espaços públicos. Para Aava, manter homenagens a figuras que perpetuaram práticas opressivas e desumanizadas significa naturalizar injustiças históricas.

    “Nosso objetivo é construir uma cidade que priorize a democracia, a liberdade e os direitos humanos. Precisamos preservar a memória histórica sem glorificar aqueles que representaram a escravidão, a tortura e a censura. É um compromisso com as futuras gerações que não podem naturalizar a exaltação a violações humanitárias”, ressaltou a vereadora.

    O projeto de lei segue agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de Goiânia, e depois para duas votações em plenário.

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