Moody’s rebaixa nota dos Estados Unidos e país perde status de crédito “AAA” após mais de um século
Agência justificou rebaixamento por preocupações com a trajetória fiscal e instabilidade política no Congresso

A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou, nesta sexta-feira (16), a nota de crédito soberano dos Estados Unidos, tirando o país do seleto grupo com classificação “AAA”, o mais alto patamar de confiabilidade do mercado financeiro. Com isso, os EUA perdem um selo que mantinham desde 1917, início da avaliação da Moody’s.
Segundo a agência, a decisão reflete “a deterioração esperada na força fiscal do governo americano” e o “aumento dos riscos associados à governança”, especialmente no que diz respeito à capacidade do Congresso de negociar e manter políticas orçamentárias sustentáveis.
A nova nota atribuída aos EUA pela Moody’s agora é “AA+”, acompanhada de perspectiva estável. Com isso, apenas a agência Fitch mantém a nota “AAA” para os EUA. Em 2011, a S&P já havia feito movimento semelhante.
O rebaixamento ocorre em meio a um cenário de dívida crescente, instabilidade política e sucessivos impasses sobre o teto da dívida no Congresso americano. A Moody’s também destacou que a polarização política afeta negativamente a confiança de investidores sobre a capacidade de pagamento da dívida dos EUA a longo prazo.
Apesar do rebaixamento, a agência afirma que os EUA continuam apresentando uma economia resiliente, moeda de referência global e instituições fortes, o que justifica a nota ainda elevada dentro da escala.
O impacto imediato nos mercados será monitorado, mas analistas alertam que o custo de financiamento do governo pode aumentar com o tempo, afetando também empréstimos privados vinculados a títulos públicos.