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    PGR defende que Braga Netto siga preso por risco de obstrução nas investigações do golpe

    General é acusado de envolvimento na tentativa de golpe de 2022 e teria tentado interferir em delação premiada; decisão será do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

    A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se nesta terça-feira (20) pela manutenção da prisão preventiva do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022. Braga Netto está detido desde 14 de dezembro de 2024, acusado de envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais daquele ano.

    Em parecer enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, argumenta que a liberdade do militar representaria risco à instrução do processo, podendo resultar em obstrução das investigações e reiteração delitiva. Gonet destaca que a gravidade dos delitos atribuídos ao general e sua posição de destaque na estrutura do grupo que tentou a ruptura institucional justificam a manutenção da custódia cautelar.

    A defesa de Braga Netto havia solicitado sua soltura, alegando que a aceitação da denúncia pelo STF eliminaria os motivos para a prisão preventiva. No entanto, a PGR sustenta que a formalização da denúncia não afasta automaticamente o perigo de interferência indevida na instrução criminal, que ainda está em fase inicial.

    Braga Netto é acusado de atuar diretamente na mobilização de setores das Forças Armadas e na sustentação jurídica de uma ruptura institucional, com base em uma minuta de decreto de Estado de Defesa que permitiria anular o resultado das eleições presidenciais. Ele também é investigado por suposta tentativa de interferência na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid e por financiar ações de militares no plano de golpe.

    A decisão sobre o pedido de liberdade caberá ao ministro Alexandre de Moraes. Caso a solicitação seja negada, a defesa poderá apresentar recurso à Primeira Turma do STF.

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