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    Mauro Cid usou perfil secreto no Instagram para se comunicar com advogado de Bolsonaro, aponta Meta

    Meta confirma que conta “Gabrielar702” foi criada com e-mail pessoal de Cid. Defesa de Bolsonaro pede anulação da delação por violação do acordo.

    Perfil secreto revela nova crise na delação de Mauro Cid

    A Meta confirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o tenente-coronel Mauro Cid utilizou um perfil “secreto” no Instagram — @gabrielar702 — para manter contato com o advogado de Jair Bolsonaro. A conta foi registrada com o e-mail maurocid@gmail.com, usado por Cid desde 2005. Dessa forma, a prática fere diretamente as cláusulas do acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal, que proíbe o uso de redes sociais e o contato com outros investigados.

    Comunicação clandestina com a defesa de Bolsonaro

    Segundo a Polícia Federal, Cid utilizou o perfil alternativo para trocar mensagens com o advogado Marcelo Bessa, defensor de Bolsonaro. Além disso, há indícios de que ele manteve comunicação indireta com outros réus do inquérito, como o general Braga Netto e o coronel Marcelo Câmara. Embora o conteúdo das mensagens esteja sob sigilo, ele já fundamentou a prisão preventiva de Câmara, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.

    O nome de usuário faz alusão à esposa de Cid, Gabriela, apontada como subterfúgio para camuflar a identidade real do operador da conta.

    Pedido de anulação da delação

    Com base nessas informações, as defesas de Bolsonaro e Braga Netto solicitaram ao STF a anulação da colaboração premiada de Cid. As petições afirmam que o ex-ajudante de ordens violou cláusulas essenciais, portanto, fragilizando a credibilidade do acordo.

    “Não há como manter a validade de uma colaboração viciada por mentiras e articulações paralelas”, diz o texto apresentado pelos advogados.

    Moraes determina nova investigação

    O ministro Alexandre de Moraes ordenou que Meta e Google preservem todos os registros da conta “Gabrielar702” e do e-mail usado por Cid. Além disso, determinou novas diligências para apurar se o militar agiu por conta própria ou sob orientação de aliados políticos.

    Por fim, o episódio reacende suspeitas sobre a articulação de uma possível tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Consequentemente, ele pode impactar diretamente o andamento das investigações conduzidas pela PF.

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