Comunicação 3G em tempos de 5G: Caso Juliana expõe lentidão e insensibilidade do governo Lula
Mesmo após Lula enviar mensagem à família de Juliana Marins, o silêncio do governo e a ausência de ação concreta causaram revolta. Mais uma vez, Planalto é atropelado pelas redes.
A morte da brasileira Juliana Marins na Indonésia virou o principal assunto do país nesta quarta-feira (25). Mas, mais uma vez, o governo Lula não entendeu a gravidade da crise nem o tom da internet. Enquanto o Brasil se comovia, o Planalto continuava operando com sua tradicional comunicação 3G — em plena era do 5G.
Juliana, jovem mochileira que explorava o sudeste asiático, caiu de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani e esperou por quatro dias o resgate. Morreu antes de ser socorrida. A família, agora, tenta arrecadar cerca de R$ 20 mil para o traslado do corpo ao Brasil. O Itamaraty afirmou que, por lei, o governo não pode arcar com esse tipo de custo. A resposta, embora tecnicamente correta, soou como um tapa burocrático no rosto de quem esperava ao menos solidariedade institucional.
Lula enviou mensagem à família — gesto tardio, silencioso e praticamente invisível ao grande público. Nenhum ministro se pronunciou. Nenhum parlamentar da base tentou pautar o tema. A máquina federal continuou sua marcha protocolar, como se empatia fosse opcional. Resultado: o governo passou o dia apanhando nas redes sociais.
A indignação nas plataformas digitais cresceu ainda mais quando usuários lembraram que, dias atrás, a FAB foi mobilizada para buscar no Peru a ex-primeira-dama Nadine Heredia, condenada por corrupção. Para aliados políticos, há avião. Para uma brasileira morta tragicamente, há um PDF com explicações técnicas e frieza diplomática.
Mais uma vez, a crise revelou um padrão: o governo Lula não sabe pautar a narrativa. Reage tarde, reage mal — quando reage. Em um tempo em que a comoção viraliza em minutos, esperar o “momento certo” é o mesmo que entregar a opinião pública de bandeja para os críticos.
