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    Pesquisa de Avaliação do Governo Lula: queda na aprovação e desafios a serem enfrentados

    Análise dos resultados da pesquisa Genial/Quaest e reflexões sobre o futuro do governo Lula.

    Uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest no último fim de semana revelou uma queda de quatro pontos percentuais na avaliação positiva do governo Lula desde fevereiro, passando de 40% para 36%. Ao mesmo tempo, a avaliação negativa do governo subiu de 20% para 29%.

    Os eleitores que votaram em Lula em 2022 apresentaram pouca variação em relação a fevereiro/23, com uma margem de erro de 69% para 67%. Já entre os eleitores de Bolsonaro, a avaliação negativa do governo aumentou de 51% para 60%, enquanto a não resposta caiu de 20% para 5%.

    Essa piora na avaliação vem acompanhada de três elementos nocivos à imagem de qualquer governo. Primeiro, observamos uma piora na aprovação da forma como Lula se comporta como presidente, que saiu de 65% para 53%. Segundo, embora bem intencionado (53%), Lula aparece como um presidente que não tem conseguido cumprir aquilo que prometeu em campanha (55%). Terceiro, o alto volume de notícias negativas sobre o governo que já circula nas redes e na mídia, com 44% já tendo visto, ouvido ou lido alguma notícia negativa do governo, com a taxação dos produtos importantes aparecendo no topo da lista.

    Tudo isso pode estar contribuindo para a piora na avaliação do governo. No entanto, as realizações divulgadas até aqui poderiam ter desempenho melhor se o grau de conhecimento sobre o relançamento do Mais Médicos, da revogação da lei que facilitava o porte de armas, do aumento real do salário mínimo, do aumento do piso dos professores e das bolsas de pesquisa fosse maior. São temas muito aprovados pela população.

    Outro fator que contribui para a piora da imagem do governo é a percepção sobre a situação econômica do país. O percentual de brasileiros que acredita que a economia vai piorar nos próximos 12 meses caiu de 62% para 51%. Porém, essa piora é materializada por um aumento da percepção negativa sobre desemprego, inflação e poder de compra da população, com esses três indicadores piorando de fevereiro para abril/23.

    Com esses dados em mente, o governo Lula precisa repensar sua estratégia para conquistar a confiança e aprovação do eleitorado de centro e oposicionista. É fundamental que o governo divulgue melhor suas realizações e conquistas para a população, e que busque uma postura mais conciliatória e menos polarizada.

    A seguir, segue um gráfico com a evolução da aprovação do governo Lula nos últimos meses:

     

    O comportamento do presidente e a percepção de baixa entrega de suas promessas de campanha, bem como o alto volume de notícias negativas circulando nas redes e na mídia sobre o governo.

    Além disso, a percepção sobre a situação econômica do país é um fator importante que contribui para a queda na avaliação do governo. A pesquisa mostra que caiu de 62% para 51% o percentual de brasileiros que acredita que a economia vai piorar nos próximos 12 meses. Isso se reflete em um aumento da percepção negativa sobre desemprego, inflação e poder de compra da população.

    No entanto, nem tudo está perdido para o governo. A pesquisa mostra que a base lulista está calcificada e não deve abandoná-lo facilmente. Sem a ansiedade dos 100 primeiros dias, é esperado que Lula entre em menos bolas divididas e que o governo consiga divulgar melhor seu plano econômico.

    Em conclusão, a pesquisa Genial/Quaest revela uma queda na avaliação do governo Lula nos últimos meses, principalmente entre os eleitores que votaram em Bolsonaro na última eleição. O governo precisa repensar sua estratégia para conquistar a confiança e aprovação do eleitorado de centro e oposição, através de ações efetivas que atendam às expectativas da população e da divulgação mais ampla das realizações até agora alcançadas.

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