Extinção do TCM avança na Assembleia e é usada como pressão por aposentadoria de conselheiro

PEC pode abrir vaga para indicação política e alimentar disputa por cargo no Tribunal de Contas
A movimentação nos bastidores da Assembleia Legislativa de Goiás em torno da extinção do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) tem ganhado contornos de pressão institucional. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para encerrar o órgão está sendo usada como estratégia para forçar a aposentadoria do conselheiro Valcenôr Braz, com o objetivo de abrir espaço para uma nova indicação política — especialmente do deputado Talles Barreto (União Brasil), nome ventilado para assumir o posto.
Segundo apuração de fontes ligadas ao Legislativo, a cúpula da Casa aguarda uma reunião com o atual presidente do TCM, Joaquim de Castro, prevista para a próxima semana. O encontro é tratado como a “última chance” para convencer Braz a se aposentar de forma voluntária. Até o momento, o conselheiro tem resistido à pressão e se recusado a discutir o tema.
Nos corredores da Assembleia, o presidente Bruno Peixoto (UB) tem afirmado que, caso a tentativa de convencimento não prospere, a PEC será colocada em tramitação em ritmo acelerado. A base governista também já elaborou um projeto de lei complementar que transfere os servidores efetivos e comissionados do TCM para o Tribunal de Contas do Estado (TCE).
A articulação levanta questionamentos sobre a real motivação da proposta. A ausência de um debate técnico sobre a extinção do tribunal e o foco na sucessão de um cargo vitalício indicam que, neste momento, a PEC parece servir como moeda de troca política, e não como reforma institucional legítima.