“Reeleição criou distorções”, diz Vanderlan ao defender PEC aprovada na CCJ
Vice-presidente da Comissão no Senado, o senador goiano afirma que mandatos únicos de cinco anos reduzem custos e forçam gestores a trabalhar sem pensar em campanha

O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, saiu em defesa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que põe fim à reeleição para os cargos de presidente da República, governadores e prefeitos. Em entrevista, o parlamentar disse que a reeleição “criou distorções” no modelo político atual e que a proposta representa um passo necessário para melhorar a governabilidade no país.
“Hoje, muitos gestores começam o mandato já pensando na reeleição. Isso compromete o foco no serviço público. Um mandato de cinco anos é suficiente para entregar resultados e deixar um legado”, afirmou Vanderlan.
A PEC, aprovada na CCJ nesta quarta-feira (21), determina ainda que, a partir de 2034, todas as eleições — para presidente, governador, prefeito, senador, deputado e vereador — acontecerão no mesmo ano. A proposta amplia todos os mandatos para cinco anos e extingue a possibilidade de recondução.
Segundo o senador, a unificação eleitoral é benéfica tanto para os cofres públicos quanto para o eleitor. “Economiza recursos, reduz a paralisia administrativa e exige mais responsabilidade dos eleitos. O eleitor brasileiro saberá se adaptar. Já superamos mudanças mais complexas, como a transição para a urna eletrônica.”
Um ponto polêmico da proposta é a redução do mandato dos senadores de 8 para 5 anos. Vanderlan vê o tema com cautela: “É uma mudança que merece debate. Precisamos garantir que não haja desequilíbrio institucional. O Senado é uma casa de revisão, e sua estabilidade é importante.”
A PEC estabelece que senadores eleitos em 2026 cumprirão mandato de 9 anos, como medida de transição. A partir de 2034, todas as três cadeiras de senador por estado serão renovadas a cada cinco anos.
Por fim, Vanderlan fez um apelo à população: “Essa reforma não é só do Congresso. O eleitor precisa participar, acompanhar e cobrar. A ideia é tornar o sistema político mais racional, menos custoso e mais focado em governar do que em fazer campanha.”
A proposta ainda precisa ser aprovada pelo plenário do Senado antes de seguir para a Câmara dos Deputados.