Irã lança mísseis contra base militar dos Estados Unidos no Catar
Catar diz que interceptou ataque e que não há vítimas

Irã ataca base dos EUA no Catar após bombardeios contra instalações nucleares
As Forças Armadas do Irã lançaram mísseis contra a base militar americana Al-Udeid, no Catar, como resposta direta aos bombardeios realizados pelos Estados Unidos no sábado (21), que atingiram três instalações nucleares iranianas. A informação foi inicialmente divulgada pelas agências iranianas Fars News e IRNA News, e mais tarde confirmada pelo governo do Catar.
Irã confirma ataque e nega ameaça ao Catar
Em nota oficial, o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã afirmou que a ofensiva foi uma reação proporcional ao ataque norte-americano:
“Em resposta à ação agressiva e descarada dos Estados Unidos contra nossas instalações nucleares, as poderosas forças armadas da República Islâmica destruíram a base aérea americana em Al-Udeid, no Catar.”
Segundo o comunicado, o número de mísseis correspondeu ao total de bombas lançadas pelos EUA. O texto também reforça que o alvo estava afastado de áreas urbanas e que o Irã não desejava atingir civis catarianos.
“Esta ação não representa nenhuma ameaça ao nosso país amigo e irmão, o Catar, e ao seu nobre povo.”
Catar condena ataque e promete resposta
O ministro das Relações Exteriores do Catar, Majed Al Ansari, condenou duramente a ação, classificando-a como uma violação da soberania nacional:
“Afirmamos que o Catar se reserva o direito de responder diretamente, de maneira equivalente à natureza e à escala desta agressão descarada.”
O chanceler informou ainda que as defesas aéreas frustraram o ataque e que a base Al-Udeid havia sido evacuada preventivamente. Não houve vítimas, segundo o governo local.
Escalada regional e contexto do conflito
O episódio marca uma nova escalada na crise do Oriente Médio. O conflito se intensificou após o ataque surpresa de Israel contra o Irã no dia 13 de junho, sob a alegação de que Teerã estaria próximo de desenvolver uma arma nuclear.
O Irã, por sua vez, sustenta que seu programa nuclear tem fins pacíficos e que vinha negociando com os Estados Unidos o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
Apesar disso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) apontou falhas iranianas no cumprimento do acordo, embora sem provas de fabricação de ogivas nucleares.
Tensão diplomática e riscos de guerra ampla
O Irã acusa a AIEA de agir sob influência das potências ocidentais aliadas de Israel. Ao mesmo tempo, diversas fontes internacionais sugerem que Israel mantém um arsenal nuclear não declarado desde a década de 1950, com cerca de 90 ogivas.
Enquanto isso, os EUA, sob o comando do presidente Donald Trump, justificaram os ataques às usinas de Fordow, Natanz e Esfahan como uma ação preventiva diante da “iminente ameaça” iraniana.
Especialistas alertam que o confronto direto entre Irã e EUA, com o envolvimento indireto do Catar, pode desencadear um conflito regional de grandes proporções.