STF manda prender Collor após recursos rejeitados na Lava Jato
Alexandre de Moraes determina prisão de ex-presidente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro; plenário do STF vai decidir se mantém decisão

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (24) a prisão imediata do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Ele rejeitou os últimos recursos da defesa, mantendo a condenação a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. A decisão é mais um desdobramento da Operação Lava Jato.
Collor, que também foi senador, recebeu propina entre 2010 e 2014 em contratos firmados com a BR Distribuidora, segundo o Ministério Público Federal. O esquema envolveu R$ 29,9 milhões em pagamentos ilegais para beneficiar empresas em negociações com a estatal. A investigação apontou que o ex-presidente usou sua influência política para intermediar os negócios.
Na decisão, Moraes afirmou que os recursos da defesa tinham caráter apenas protelatório. Por isso, ordenou que o cumprimento da pena comece de forma imediata. Ele encaminhou o caso para a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, responsável por expedir o atestado de pena a cumprir.
Apesar disso, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, agendou uma sessão virtual extraordinária. Os ministros vão analisar a legalidade da decisão de Moraes nesta sexta-feira (25), entre 11h e 23h59. Enquanto isso, a ordem de prisão permanece válida.
Esse novo capítulo reforça a força das investigações da Lava Jato, que ainda atinge figuras importantes da política brasileira. A prisão de Collor, primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura, representa um marco importante no combate à corrupção.