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    Câmara aprova urgência de projeto que combate descontos indevidos em benefícios do INSS

    Votação unânime ocorre após revelação de escândalo que desviou R$ 6,3 bilhões em descontos ilegais a aposentados e pensionistas

    A Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (20), o requerimento de urgência para o projeto de lei que visa pôr fim aos descontos indevidos nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A proposta deve ser votada já na próxima semana pelo plenário da Casa.

    A medida é uma resposta direta ao escândalo revelado por uma investigação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), que identificou fraudes nos contracheques de aposentados e pensionistas. Os órgãos apontaram que associações e entidades estariam realizando descontos ilegais e não autorizados, que somam cerca de R$ 6,3 bilhões.

    Descontos não autorizados atingem milhões de beneficiários

    Segundo o relatório da PF e da CGU, entidades ligadas a sindicatos e associações civis utilizaram convênios firmados com o INSS para descontar mensalidades e “contribuições” diretamente dos benefícios de milhões de segurados — muitos deles sem qualquer autorização expressa dos beneficiários.

    O relatório também revelou falhas no controle interno do INSS e a ausência de mecanismos eficazes para verificação da autorização dos descontos, o que facilitou os desvios em larga escala.

    Projeto prevê transparência e consentimento

    O projeto que deve ser votado nos próximos dias determina que nenhum desconto poderá ser realizado sem autorização expressa e individualizada do beneficiário. Além disso, propõe regras mais rígidas para que novas entidades firmem convênios com o INSS, além de ampliar a fiscalização da Dataprev e do Ministério da Previdência.

    O presidente da Comissão de Seguridade Social da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), classificou o caso como “vergonhoso” e destacou que o Congresso agirá com firmeza. “Não é admissível que aposentados tenham seus benefícios comprometidos por descontos ilegais. Precisamos estancar esse esquema e devolver dignidade a quem já contribuiu com o país”, afirmou.

     

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