Réus em ação do golpe, Cid e Braga Netto ficam cara a cara no Supremo
Sessão será realizada nesta terça-feira a partir das 10hs

STF realiza acareação entre Mauro Cid e Braga Netto
O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta terça-feira (24), a partir das 10h, a primeira acareação da ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. O procedimento tem como objetivo confrontar réus e testemunhas que apresentaram versões contraditórias.
Confronto entre Mauro Cid e Braga Netto
Os primeiros a participar da acareação são o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do plano, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa. A defesa de Braga Netto solicitou o encontro, alegando que Cid mentiu em seus depoimentos.
Cid acusa Braga Netto de financiar golpe
Na delação premiada, Cid afirmou que Braga Netto lhe entregou R$ 100 mil em uma sacola de vinho para financiar ações do golpe. Ele também relatou que discussões sobre monitoramento e assassinato de autoridades ocorreram na casa do general. Braga Netto nega todas as acusações.
Preso desde dezembro de 2024, Braga Netto é acusado de obstruir as investigações e de tentar acessar os depoimentos da delação de Cid.
Anderson Torres e Freire Gomes também serão ouvidos
Além da acareação entre Cid e Braga Netto, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Freire Gomes também participarão do procedimento. A defesa de Torres solicitou a acareação para esclarecer pontos considerados “nevrálgicos” do depoimento de Gomes.
Etapa decisiva da fase de instrução
Conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, a acareação busca esclarecer contradições antes do julgamento. Participam apenas os réus, seus advogados, representantes da Procuradoria-Geral da República e o relator.
Essa é uma das etapas da fase de instrução. Ainda podem ser solicitadas perícias e novos depoimentos. Após o encerramento desta fase, os ministros da Primeira Turma do STF — Moraes, Zanin, Fux, Flavio Dino e Cármen Lúcia — decidirão se os réus serão condenados ou absolvidos.
Réus da ação penal do golpe
A ação penal tem como foco o “núcleo crucial” da trama golpista, segundo a PGR. São réus:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice em 2022;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Alexandre Ramagem, delegado da PF e deputado federal.
Esses nomes são apontados como os principais articuladores e beneficiários da tentativa de golpe.