Presidente da Câmara de Aparecida é acusado de mandar retirar jornalista; Casa nega e fala em “confidencialidade”

O presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, Gilsão Meu Povo (MDB), se envolveu em mais uma polêmica nesta quinta-feira (15/5). O jornalista Ronaldo Coelho, do site Goiás 365, foi retirado do quarto andar do prédio por assessores ligados à presidência da Casa enquanto cobria os bastidores da política local.

A acusação de “expulsão” feita pelo jornalista gerou indignação entre profissionais da imprensa e foi noticiada amplamente. Segundo relatos, Gilsão não teria gostado da presença de Coelho próximo a uma reunião que ocorria a portas fechadas. O caso, no entanto, foi rapidamente rebatido pela Câmara, que emitiu nota alegando que “houve um mal-entendido”.

Na versão oficial, o Legislativo afirma que o jornalista estava em um espaço “contíguo” a uma reunião reservada e que, por isso, foi orientado a esperar na recepção — onde, segundo o comunicado, já estavam outros profissionais de imprensa.

Sem mencionar diretamente Gilsão, a nota tenta afastar a ideia de censura, dizendo que “não houve qualquer tipo de expulsão ou constrangimento deliberado”. Mas para muitos, soa como mais uma tentativa de maquiar um comportamento recorrente: a falta de transparência da gestão do presidente da Câmara.

Críticos afirmam que a alegada “confidencialidade” da reunião não justifica o cerceamento da cobertura jornalística em um espaço público. E mais: o episódio reforça a percepção de que a presidência da Casa vem tentando controlar o acesso à informação, especialmente quando se trata de encontros que fogem dos olhos do eleitor.

Resta saber se Gilsão continuará tratando o Legislativo como uma extensão de seu gabinete pessoal ou se vai, de fato, abrir as portas da Câmara para o povo — como diz em seu próprio slogan.