Fim da lua de mel: Elon Musk deixa governo após atrito com Trump
Bilionário sai do comando do DOGE após críticas ao “big beautiful bill”; divergências fiscais e pressão empresarial aceleram rompimento

Elon Musk está fora. Após 130 dias à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), o bilionário anunciou nesta quarta-feira (28) sua saída do governo Trump. A decisão veio logo após críticas ao projeto fiscal apelidado de “big beautiful bill”, que, embora corte impostos e endureça a política migratória, deve elevar fortemente o déficit público — algo que Musk não aceitou.
Durante sua breve passagem pelo governo, Musk promoveu cortes de gastos. Ele mirou programas de diversidade, reduziu o orçamento da USAID e enfraqueceu agências reguladoras. No entanto, suas discordâncias com os rumos fiscais do governo pesaram mais.
Nos bastidores, o desgaste já era evidente. Trump, inclusive, havia sinalizado em abril que Musk poderia sair a qualquer momento. Agora, a ruptura se concretiza. E evidencia o racha entre pragmatismo empresarial e improviso político.
Influência continua, mas à distância
Mesmo fora do governo, Musk ainda mantém influência. Ele segue próximo de figuras fortes do trumpismo e continua relevante entre empresários e conservadores. Além disso, seu discurso contra o “deep state” e o politicamente correto ainda ressoa.
Apesar disso, o momento é ruim para seus negócios. A Tesla, por exemplo, registrou queda de 71% no lucro do primeiro trimestre. Musk afirma que pretende se afastar da política e focar novamente nas empresas.
Sua participação no governo Trump foi curta, mas barulhenta. Para críticos, foi puro marketing. Para aliados, uma baixa estratégica.