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    “É para abater”: Documento revela ordem do governo russo antes de ataque a avião civil em Grozny

    Militar responsável pela defesa aérea admite que radar não identificava o alvo, mas recebeu ordem direta para disparar. Embraer E190 da Azerbaijan Airlines foi atingido e caiu no Cazaquistão com 29 sobreviventes.

    Nesta quarta-feira (2), um documento manuscrito revelou que o comandante da defesa aérea russa em Grozny recebeu ordem direta para derrubar uma aeronave não identificada. Mesmo sem confirmação visual, a ordem partiu de superiores hierárquicos e foi clara: “É para abater.”

    Como consequência, dois mísseis atingiram o espaço aéreo em que voava um Embraer E190 da Azerbaijan Airlines. O avião se aproximava da capital chechena transportando 67 pessoas. Um dos mísseis explodiu perto da aeronave, provocando danos severos na fuselagem e nos motores.

    Apesar dos danos, tripulação manteve o controle da aeronave

    Apesar do impacto, os pilotos conseguiram manter o controle do jato e seguiram voo por quase 400 quilômetros até a cidade de Aktau, no Cazaquistão. No entanto, durante a tentativa de pouso de emergência, a aeronave caiu nas proximidades do aeroporto.

    Das 67 pessoas a bordo, 29 sobreviveram — sendo 25 passageiros e quatro tripulantes. O episódio gerou repercussão internacional e acendeu alertas sobre os riscos crescentes para a aviação civil em regiões com forte presença militar.

    Autoridades do Cazaquistão cobram resposta da Rússia

    Logo após o incidente, o governo cazaque iniciou uma investigação conjunta com a Azerbaijan Airlines. Além disso, as autoridades exigiram explicações formais do Kremlin. Até o momento, a Rússia não se pronunciou oficialmente. No entanto, fontes do Ministério da Defesa justificaram a ação como “preventiva”, alegando ameaças não identificadas sobre a zona de exclusão aérea.

    A Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) acompanha o caso de perto. O documento, assinado por um oficial identificado como capitão B. Galadzuk, foi autenticado e anexado ao processo investigativo.

    Especialistas condenam falhas no protocolo militar russo

    Segundo especialistas em segurança aérea, o caso escancara fragilidades no sistema de defesa russo. O lançamento de mísseis sem confirmação visual viola normas básicas do controle aéreo. Portanto, o incidente representa um alerta grave para protocolos internacionais.

    Enquanto isso, a fabricante Embraer ainda não emitiu nota oficial. Contudo, engenheiros da empresa brasileira destacaram a alta resistência estrutural do modelo E190. Para eles, esse fator foi decisivo para que o pouso forçado resultasse em sobreviventes.

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