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    Trump celebra “Grande e Belo Projeto” com cortes de impostos e US$ 1 trilhão no Medicaid

    Novo fôlego à economia, mas “desastre” para os mais pobres

    O Congresso dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (3) o pacote orçamentário proposto pelo presidente Donald Trump. Intitulado por ele de “Um Grande e Belo Projeto”, o plano combina cortes de impostos para os mais ricos e grandes empresas, aumento nos gastos militares e no controle de fronteiras, além de reduções drásticas em programas sociais.

    Aprovado por uma margem apertada na Câmara, o projeto segue agora para sanção presidencial. Trump pressionou para que o texto fosse finalizado antes do feriado de 4 de julho.


    Aumento da dívida e risco fiscal

    De acordo com o Comitê para um Orçamento Federal Responsável (CRFB), o pacote pode elevar a dívida pública americana em até US$ 4,1 trilhões nos próximos dez anos. Com isso, a relação dívida/PIB dos EUA pode saltar de 100% para até 130%, caso os cortes sejam mantidos.

    A medida retoma promessas de campanha feitas em 2017. Agora, além de beneficiar empresas, também contempla o 1% mais rico da população. Embora parte da classe média seja incluída, economistas alertam para os impactos sociais negativos.


    Corte histórico no Medicaid

    Entre os pontos mais controversos está o corte de US$ 1 trilhão no Medicaid — programa que garante assistência médica a famílias de baixa renda. Segundo especialistas, as comunidades rurais sentirão os maiores impactos. Além disso, organizações sociais alertam que centenas de hospitais podem fechar.

    O líder democrata Hakeem Jeffries criticou duramente a proposta. Em seu discurso, que durou 8 horas e 45 minutos, ele chamou os cortes de “extremistas” e acusou o governo de desmantelar o sistema de saúde dos trabalhadores.


    Indústria comemora “alívio fiscal”

    Por outro lado, os setores estratégicos celebraram. As Forças Armadas receberão um acréscimo de US$ 150 bilhões em dez anos. Além disso, outros US$ 129 bilhões serão destinados à segurança interna, com foco em deportações e controle de fronteiras.

    Empresas de energia, tecnologia, transporte e aço elogiaram o texto. A indústria do petróleo, por sua vez, comemorou o fim dos subsídios às energias renováveis, abrindo espaço para investimentos em combustíveis fósseis.


    Alerta do Fed e dissidência republicana

    Apesar do apoio da maioria republicana, três senadores do partido — Susan Collins, Thom Tillis e Rand Paul — votaram contra a proposta. Eles demonstraram preocupação com o aumento do déficit e os cortes na saúde.

    Além disso, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fez um alerta: “A trajetória fiscal atual não é sustentável”, disse ele.


    Análise do Jornal Liberal

    O pacote aprovado representa uma vitória política para Trump. No entanto, os riscos são evidentes. Embora o governo prometa um “renascimento econômico”, o projeto ameaça ampliar desigualdades, enfraquecer a proteção social e deixar uma conta bilionária para as futuras gerações.

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